Matriz de São José é tombada pelo governo estadual

Neste mês de julho, São José, padroeiro dos agricultores, faz milagres: traz chuvas e boas notícias, especialmente para os paroquianos do bairro de São José, região central do Recife. É que na manhã de hoje, 27/07, o colegiado do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado de Pernambuco, aprovou o tombamento da igreja matriz de São José, acolhendo por unanimidade o parecer do conselheiro frei Luís de França Fernandes. A decisão de tombamento será publicada no Diário Oficial Estadual. O templo em estilo classicista imperial estava interditado desde 2013, a partir do desabamento de seu telhado.

 

Segundo o conselheiro frei Luís de França, que foi o parecerista do relatório, tombar representa preservar o bem. “A matriz de São José é dotada de uma arquitetura e uma história de relevância para o bairro. Pároco da matriz de São José há 48 anos, o padre José Augusto Esteves tem motivos para comemorar o tombamento, pois deu entrada no pedido em dezembro de 2010. Com o desabamento do telhado, há quatro anos atrás, por questão de segurança as missas vêm sendo celebradas na capela da Santíssima Trindade, localizada na avenida Dantas Barreto. Apenas as atividades administrativas da secretaria paroquial continuam acontecendo no anexo do templo. “Infelizmente a situação atual dos templos de influência lusitana é crítica, constata o presidente da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para Cultura e diretor do Museus de Arte Sacra de Pernambuco, padre Rinaldo Pereira dos Santos.

A criação da paróquia se deu em 02 de maio de 1844 e a bênção e festa de inauguração ocorreram nos dias 07 e 08 de dezembro de 1864. O padre José Augusto Esteves tentou várias alternativas para conseguir recursos que permitissem iniciarem-se as obras emergenciais. Mas isso é quase impossível, diante dos danos identificados e da impossibilidade de receber-se ali o apoio público, por não ser a igreja matriz tombada, nem em nível estadual, nem em nível federal. Sem a proteção oficial dos órgãos de patrimônio, reconhece-se apenas que ela se encontra em um perímetro de tombamento, incluída no inventário de patrimônios religiosos do estado que vem sendo realizado pelo IPHAN.

Enquadrada como igreja em estilo classicista imperial, a matriz de São José é uma construção do século XIX, datada de 1844, com frontispício austero e torres pesadas, conforme foi identificado em parecer de técnico do prof. Roberto Dantas de Araújo, da Universidade Federal de Pernambuco. Tochas com labaredas de pedra, adornam o muro do adro. Dois quadros dentro da igreja, de autor desconhecido, mostram Dom João Marques Perdigão, bispo da então diocese de Olinda, à época da construção do templo, e Deão Farias, personagem da época. Sua maior atração está nas portas internas da sua entrada principal, confeccionadas em pau-brasil.

(Pascom Arquidiocese)

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