“Eu sou o Pão Vivo que desceu do céu; quem comer deste pão, viverá eternamente” (Jo 6,51). Fiéis católicos do mundo inteiro celebraram a fé na Vida Eterna neste dia 02 de novembro, quando a Igreja reza pelos defuntos. Na Arquidiocese de Olinda e Recife, durante todo o dia, houve missas nas paróquias, capelas e cemitérios. O arcebispo dom Fernando Saburido e o bispo auxiliar dom Limacêdo Antonio presidiram a Eucaristia em alguns cemitérios da Região Metropolitana do Recife.
Dom Limacêdo presidiu missa logo cedo, às 8h, no cemitério Parque das Flores, no bairro do Sancho, em Recife. Foi a primeira das quatro a serem celebradas no cemitério neste dia. Mais de duzentas pessoas participaram, num espaço coberto e reservado ao lado da capela do cemitério. Na celebração, dom Limacêdo convidou a assembleia a rezar pelos fiéis defuntos e também pela memória de seu pai, José Antonio da Silva. Durante a homilia, o bispo auxiliar destacou que a morte é a última Páscoa, a última passagem que o ser humano vivencia, a passagem do medo para a alegria definitiva do encontro com Cristo. E chamou a atenção dos fiéis para os misteriosos caminhos de Deus: “Quantas vezes testemunhamos que a morte aproxima as famílias e as pessoas, com a finalidade da reconciliação”? Após a celebração, dom Limacêdo visitou alguns velórios no cemitério e rezou junto aos familiares, reavivando nos fiéis a crença na alegria da Ressurreição.
Dom Fernando Saburido presidiu a missa das 10h no cemitério de Santo Amaro. Para fugir do sol forte, os fiéis se concentraram sob um toldo instalado em frente à capela central do cemitério, onde foi montado o altar. O arcebispo iniciou a celebração dizendo que o choro e a tristeza são comuns e normais numa situação de morte, principalmente pelo afastamento físico de quem se ama, mas “quem tem a certeza da ressurreição em Deus é consolado”. Citou o exemplo de Jesus – “Até Ele chorou a morte de Lázaro, solidarizando-se com sua família”.
Em sua homilia no cemitério de Santo Amaro, dom Fernando lembrou a fé de dom Lamartine, quando recebeu dos médicos a notícia de um câncer avançado. “Durante a vida inteira eu preguei a ressurreição e a vida, e não é agora, perto de morrer, que vou recuar”, disse dom Lamartine, à época, bispo auxiliar da Arquidiocese. Segundo dom Fernando, o auxiliar morreu louvando ao Senhor, sabendo do acolhimento de Deus no céu. “Confiemos no amor do Pai, como dom Lamartine confiou; confiemos que a ‘irmã morte’, como chamava São Francisco, é nossa passagem para vivermos na glória de Deus”, disse o arcebispo.
À tarde, dom Fernando Saburido celebrou a última missa marcada no Parque das Flores, em Tejipió. É no cemitério amplo onde a técnica de laboratório Lívia Rejane Moura do Nascimento, de 40 anos, visita o túmulo de seu filho Vitor Henrique, portador de paralisia cerebral que morreu ainda adolescente, aos 15 anos, por complicações da dengue. Lívia sempre participa da missa no período da tarde, no cemitério, e não se sente mais triste. “Já são sete anos de saudades, mas saber que ele está com Deus me consola”, diz tranquila, mostrando a foto de Vítor no celular.
Após a missa no Parque das Flores, dom Fernando juntou-se à sua irmã Dulce, cunhado e primos para visitar os jazigos da família e rezar por seus familiares falecidos.
Também à tarde, o bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Limacêdo, presidiu a Santa Missa no cemitério Memorial Guararapes, no bairro Jardim Jordão, município de Jaboatão dos Guararapes.
O Evangelho do dia (Jo 6, 37-40) reafirma para os católicos a alegria de acreditar na Vida Eterna: “Esta é a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e nele crê, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Pascom AOR