Entrevista com os diáconos que serão ordenados padres em dezembro

A Arquidiocese de Olinda e Recife vai ordenar nove padres no próximo dia 17 de dezembro, às 15 horas, na basílica do Sagrado Coração de Jesus, no bairro da Boa Vista, em Recife. Os novos padres receberão o Sacramento da Ordem pela imposição das mãos e prece de ordenação do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, em missa concelebrada por diversos sacerdotes da Arquidiocese. A data coincide com o 33º aniversário de ordenação presbiteral de dom Fernando.

Após completarem seus estudos no Seminário Maior e na Universidade Católica de Pernambuco, os jovens receberam a ordenação diaconal em agosto de 2017 e cumpriram estágio nas paróquias da Arquidiocese, em preparação para o seguimento da vida sacerdotal. Agora receberão a ordenação presbiteral.

“A vocação para o sacerdócio é muito bonita e precisa ser muito bem cuidada”, explicou dom Fernando. “Estamos certos de que, após profunda formação, esses jovens amadureceram sua vocação e estão aptos a serem bons pastores”, concluiu.

Os diáconos que irão se tornar padres em dezembro dedicaram alguns minutos para uma “entrevista” à Pascom da Arquidiocese. Responderam perguntas sobre suas inspirações, santos de devoção, quem irá vesti-los na ordenação e outras curiosidades. Conheçam abaixo um resumo do que foi conversado com cada um deles.

1 – Diácono Douglas Severo de Moraes

O padre Alberto Falcão vai me paramentar na ordenação. Foi ele quem primeiro me perguntou e me incentivou a discernir a vocação, pensar em ser padre, entrar no seminário. Na época ele era seminarista e fazia pastoral nos fins de semana na minha paróquia de origem, na Mangabeira. A senhora Socorro Belém também vai me vestir. Ela vai representar o padre Mário José Beserra, que me acompanhou no seminário até falecer, há poucos meses. Será uma forma de gratidão e homenagem a esse grande amigo. Dentre os que auxiliaram em minha formação, estão Alberto e José Carlos, que eram seminaristas em 2006, e me convidaram para uma experiência no seminário quando eu ainda era coroinha. Coloco nessa lista de grandes incentivadores também o padre Gilberto, que era pároco na Mangabeira. Ele conversou com meus pais e me enviou com carta de recomendação ao seminário; meus pais que não aprovaram no início minha decisão, mas depois me ajudaram em tudo que precisei; padres Moisés e João Bosco, reitores do seminário Menor e Maior; Dom José e Dom Fernando; padre Mário que desde 2009 esteve ao meu lado me corrigindo, apoiando e festejando minha caminhada vocacional; padre Joatan que me acolheu no estágio pastoral; e os padres Domingos e Anistaine, que foram importantes no processo de discernimento e formação sacerdotal. Também foram importantes os seminaristas, irmãos de caminhada: Negromonte, Simões, Marcos Paulo, Davi, Rodolfo, Arnaldo, João Batista, Dutra, Thales, João, entre outros. Exerci a diaconia na paróquia do Perpétuo Socorro, em Socorro, Jaboatão dos Guararapes, auxiliando o padre Joatan nos trabalhos pastorais junto a um povo muito alegre e acolhedor. Tenho grande devoção à padroeira da Mangabeira, Nossa Senhora de Fátima, título mariano a quem muito recorro. Meu lema é “Meu cansaço, que a outros descanse”, frase tantas vezes cantada na missa e que é o mesmo lema escolhido por padre Marlon, virtude de abnegação que me acompanha desde criança. Gostaria de dar primeiro a notícia de minha ordenação sacerdotal ao saudoso padre Mário – com certeza nos abraçaríamos após a ordenação e conversaríamos por dias sobre esse momento de júbilo – e também a Dona Anilda, que foi a primeira sacristã da Mangabeira e que tinha muito carinho para com os vocacionados. Presidirei minha primeira missa em 19/12, às 19h30, na igreja matriz de Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Mangabeira, no Recife.

2 – Diácono Adailton de Moura Sousa

Receberei as vestes de sacerdote das mãos do padre Antônio Alves de Vasconcelos Júnior, da Arquidiocese de Maceió, e do padre José Erinaldo, pároco da Mangabeira. Padre Antônio me fez enxergar a vocação sacerdotal e sempre soube me apontar o Cristo, me dizendo sempre “Olhos fixos em Jesus”. Padre Erinaldo foi o sacerdote que me enviou ao seminário e com suas palavras e homilias me incentiva a dar Deus ao povo, formando e sendo sinal de Cristo no mundo. Frase que ele me disse e que sempre levo comigo: “Seja o sacerdote que Deus sonhou”… Outras pessoas importantes para minha ordenação são meu reitor e diretor espiritual, padre Fabiano Cabral, e dom José Cardoso Sobrinho. A vivência do ministério diaconal nas paróquias está sendo uma experiência única e enriquecedora. É gratificante ser ministro da Palavra, abençoar as pessoas, aconselhar. Tenho devoção à Santa Teresinha do Menino Jesus. E os títulos que mais amo de Nossa Senhora são: Imaculada Conceição e Virgem do Sorriso. É de Santa Teresinha a frase “Não podemos ser indecisos diante da possibilidade de oferecermos o melhor de nossas vidas para Deus”, que me fez decidir entrar no seminário. Escolhi o lema “In Obsequio Jesu Christi” – Em obséquio de Jesus Cristo – para ser um propósito de vida, um caminho a trilhar em toda a minha vida vocacional. É um resumo de muitas experiências e sentimentos que tive ao longo da minha formação. Viver em obséquio de Jesus Cristo é dar um presente, fazer uma oferta, servi-lo fielmente com coração puro e reta consciência. Gostaria de dar a notícia de minha ordenação por primeiro ao padre Fabiano e a dom José Cardoso Sobrinho. Presidirei minha primeira missa em 22/12, às 19h30, na igreja matriz de Nossa Senhora das Graças, no bairro do Engenho do Meio, no Recife.

3 – Diácono Sérgio Muniz de Andrade

Quem irá me vestir será o padre Claudionor e o padre Marcelo Junior, que durante quase todo percurso da formação foram grandes amigos, ajudando nos momentos difíceis e dividindo também os momentos de festa como acontecerá no dia 17 de dezembro. O lema que escolhi é “Amor est fortis” – Forte é o Amor. Também poderia se interpretar como “só o amor é forte” porque não há nenhuma outra fonte de força que possa vencer a força do Amor Verdadeiro, nem sequer a 

morte.  O Cristo ressuscitado é o símbolo disto. Escolhi este lema depois de meditar um escrito de S. Bauduíno no Ofício de Leituras da quinta-feira da 18ª semana do tempo Comum. Lá, S. Bauduíno diz que “o amor é a morte da morte”, então Ele é a Vida; Vida sem morte. O amor é Deus vivendo em tudo e tudo vivendo n’Ele. Neste longo percurso, algumas pessoas foram importantes para mim. Primeiramente meus pais que me deram a vida, a educação cristã e um bom exemplo dos valores que devem compor um bom homem e um bom cidadão brasileiro. De modo especial agradeço de coração ao Pe. Lucena e ao Pe. André que foram grandes mestres pelo simples fato de terem sido mais que autoridades, mas amigos. Vivi o início do ministério diaconal junto ao povo da Paróquia de São Pedro, Jaboatão. O carinho e a alegria daquele povo, sem dúvida, foram combustíveis para alimentar o meu serviço. Logo em seguida, a Igreja me levou à Paróquia de São Miguel em Abreu e Lima. Ali, desde então vivo à disposição das necessidades do povo. Desde criança me identifiquei com a devoção à Virgem de Fátima. Ao entrar no seminário, dediquei a minha vocação ao imaculado coração de Fátima (“no fim o meu Imaculado coração triunfará”) e aprendi de um consagrado que “Maria não é mulher de deixar obras inacabadas”, por isso repeti durante os longos anos de seminário que esta obra era das mãos d’Ela e que Ela não a deixasse inacabada. A estola que há de ser dependurada sobre meu peito no dia 17 oferecerei a Ela, pois foi d’Ela que a recebi, a medianeira de todas as graças. Se há alguém a quem eu gostaria de dizer por primeiro que já sou padre seria a minha mãe. Será das mãos dela que eu hei de receber a casula que me revestirá da dignidade sacerdotal para sempre. Pelas circunstancias, minha mãe já saberá imediatamente da minha ordenação, então dedico esta possibilidade de “avisar que sou padre” aos meus queridos avós: todos os quatro já partiram deste mundo para eternidade. Presidirei minha primeira missa em 23/12, às 18h, na igreja matriz de Nossa senhora do Amparo, em Macaparana.

4 – Diácono José Gustavo Nascimento

Quem vai me vestir na ordenação sacerdotal serão os padres Adriano Tenório e Paulo Augusto. Padre Adriano me enviou para o seminário e me acompanhou durante todo o processo formativo, e o Padre Paulo Augusto é atual pároco da minha paróquia de origem (São José da Boa Esperança, em Amaraji).  A vivência no estágio diaconal está sendo muito importante para minha vida vocacional, pois estou trabalhando com um padre bastante piedoso e zeloso com a Sagrada Liturgia, nas realidades da zona rural e urbana, o que ajuda a ter uma visão mais ampla da realidade pastoral da Igreja. Meus santos de maior devoção são Nossa Senhora de Fátima e meu padroeiro São José da Boa Esperança. Meu lema de ordenação sacerdotal é: Omnia Vincit Amor – O amor tudo vence. Escolhi esse lema pois acredito que só por amor conseguimos renunciar a tudo para seguir a Jesus, que é o tudo em nossas vidas. Só o amor é capaz de vencer todas as dificuldades, todos os obstáculos que existem no percurso da vida vocacional. Gostaria de dizer em primeiro lugar que sou padre ao meu avô paterno Manoel, que já se encontra na glória de Deus, pois ele sempre acreditou que eu era capaz e me deu forças para buscar aquilo que eu sempre almejei na vida. Presidirei minha primeira missa em 21/12, às 19h, na igreja matriz de São José da Boa Esperança, em Amaraji.

5 – Diácono Paulo Dutra

Convidei Padre Josias para me vestir na ordenação por inúmeras razões: conheci quando ainda era vocacionado, na Paróquia das Graças, e sempre pude contar com sua sabedoria e generosidade. Quis o Senhor que ele fosse o padre responsável pelo acompanhamento do meu estágio pastoral, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Cruz de Rebouças. O outro escolhido chama-se Josué Inácio, consagrado de aliança de Comunidade Shalom, por ter sido um claro sinal do cuidado que Deus tem para com aqueles que chamou. Foram muitas as maneiras que o Senhor utilizou para fazer ouvir a sua voz e muitos foram aqueles com os quais tive a graça de conhecer e conviver. Sem a pretensão de mencionar todas essas pessoas, destaco meus pais Jailton e Rosário, minhas irmãs Pollyanna e Valéria, Irmã M. Clara Gebert, Irmã M. Glória Rodrigues, Dona Rosa Chacon, Diego Lindoso e Padre Luciano Brito. Como diácono, vivi um tempo profundamente feliz. A alegria de poder gerar novos filhos para a Igreja através do Batismo é indescritível. O que dizer da felicidade de abençoar tendo nas mãos o Santíssimo Sacramento? Elevar o cálice nas santas missas… sinto agitado o coração ao pensar na iminência de ser ordenado padre. Sobre devoção, Maria, a Santa Mãe de Deus, nos seus muitos títulos, tem um lugar especial em tudo o que faço; São Francisco e Santo Antônio são queridos desde o início, grandes edificadores da vida espiritual da Igreja, referenciais na vida de minha família. Escolhi o lema “Prepara um caminho seguro”, extraído de uma oração muito antiga, rezada como hino na oração do breviário em algumas festividades dedicadas a Nossa Senhora. Como nada debaixo do sol é por acaso, descobri depois ser também o lema de D. Vital, um dos grandes bispos de Olinda, de quem me tornei devoto. Certamente daria a notícia da ordenação primeiro aos meus avós paternos, Basto e Felipinha, e aos materno, Maria e Paulo, que seguramente estão felizes, mesmo não estando vivos entre nós. Presidirei minha primeira missa em 23/12, às 10h, na igreja matriz de Nossa Senhora das Dores, em Timbaúba.

6 – Diácono Kaio Lima

Irão me revestir com as vestes sacerdotais o padre Rosivaldo Torres, com quem tive a alegria de trabalhar durante três anos na paróquia Nossa Senhora da Conceição de Beberibe, e o padre Gerson Aparecido, com quem partilho atualmente a vida pastoral e fraterna na Paróquia Santo Antônio dos Guararapes. Ambos são grandes amigos e modelos muito significativos de presbíteros para mim: sacerdotes com cheiro de ovelha. Os padres da Congregação de São Francisco de Sales – os salesianos de Dom Bosco – foram primordiais em minha formação vocacional, em razão de seu testemunho fraterno e zelo pastoral. Dentre esses, o padre Pereira, o padre Mariano Miguel, o padre Sérgio Aquino, o padre Fábio Farias, padre Carlos Júnior e o padre Américo. Também o padre João Bosco e o padre José Severino me ajudaram muito na caminhada, pela amizade gestada ao longo desses anos e pelo cuidado e zelo com que me conduziram até aqui. A vivencia do ministério pastoral na Paróquia Santo Antônio dos Guararapes tem sido um tempo de graça, amadurecimento, humanização e, sobretudo, de encontro com o Mistério de Cristo nas diaconias da Palavra, da Liturgia e da Caridade. Sou devoto de Nossa Senhora do Rosário, padroeira da minha comunidade de origem, e escolhi o lema sacerdotal “Cor ad cor loquitur” – O coração fala ao coração. Esse lema, inspirado na Evangelii Gaudium (n. 142 – 144), sintetiza a urgência de transmitir o Evangelho de forma simples, concreta e capaz de tocar a existência humana, de favorecer um encontro capaz de mudar a vida. Gostaria de dar a notícia de minha ordenação sacerdotal ao bispo emérito de Roma, Bento XVI, e ao Papa Francisco, ambos fonte de inspiração para mim. Presidirei minha primeira missa em 25/12, às 19h, na igreja  de Nossa Senhora do Rosário, em Jaboatão dos Guararapes.

7 – Diácono Marcos Paulo da Silva

Serei paramentado por dois padres: Monsenhor Sérgio Pereira e Dom Plácido.  Escolhi o Monsenhor Sérgio porque foi o meu padrinho no seminário. E Dom Plácido, que é da minha paróquia, pela grande admiração e respeito. Meus familiares foram fundamentais na minha vocação. Tive grande apoio, de modo especial, dos meus pais. Monsenhor Sérgio me ajudou muito por meio de seu exemplo de sacerdote e dedicação à Santa Igreja. Minha vivência no ministério diaconal foi positiva. Foi gratificante saber que poderia ajudar melhor uma paróquia no serviço diaconal, anunciar Jesus que é Caminho Verdade e Vida. “Se alguém me servir, siga-me, e onde eu estou, estará aquele que me serve; se alguém me servir, o Pai o honrará” (Jo 12.26). Sou devoto e consagrado a Nossa Senhora de Fátima. São Bernardo, doutor da Igreja, disse que “Deus quis que recebêssemos tudo por Maria”. De fato, por ela nos veio o Salvador e tudo o mais. Sem dúvida, o papel preponderante da Santíssima Virgem na vida da Igreja é o de Mãe. Escolhi o lema “totus tuus Mariae” – Todo teu Maria. Escolhi pela devoção e amor que tenho a Maria Santíssima. Gostaria de dar a notícia primeira da ordenação a minha avó, Sebastiana, pois foi ela que me encaminhou para a Igreja, desde criança. Presidirei minha primeira missa em 20/12, às 19h30, na igreja matriz de Nossa Senhora do Monte, em Araçoiaba.

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