Dom Francisco de Sales é empossado bispo da Diocese de Mossoró (RN)

O Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE 2) celebrou, no sábado (17), a posse do novo bispo da Diocese de Mossoró (RN), dom Francisco de Sales. O ato litúrgico foi presidido pelo arcebispo metropolitano de Natal, dom João Cardoso, no adro da Catedral de Santa Luzia e reuniu centenas de pessoas entre bispos, padres, religiosas, religiosos, diáconos e fiéis leigos e leigas.

Após o rito de transmissão do governo pastoral, o bispo emérito de Mossoró, dom Mariano Manzana, e seu sucessor e presidente da CNBB NE 2 rezaram juntos diante do sacrário e da imagem de Santa Luzia, padroeira da diocese.

Em seguida, dom Francisco presidiu a primeira missa como sétimo pastor da Igreja local. A liturgia foi o ponto alto da programação que começou na sexta-feira (16) com uma peregrinação do bispo pelas paróquias da Igreja local.

Homilia

Recordando a importância e a riqueza do tempo quaresmal, dom Francisco ressaltou o convite de Deus a todos os batizados para enfrentar o deserto, seguir a missão de Jesus, chegar a cruz e, em seguida, a glória da ressurreição. Segundo o bispo, é esse o roteiro que ele inicia junto com cada fiel em “mais uma etapa desse caminhar nesta Igreja de Santa Luzia, de Mossoró”.

“Façamos pois deste nosso peregrinar juntos que hoje começa um caminho corajoso, radical e intrépido de seguimento de Cristo. E como exploradores curiosos, que se deixam fascinar por cada página do Evangelho, que possamos ali cotidianamente, como irmãos e irmãs, descobrirmos juntos a beleza de sermos todos discípulos e discípulas do nosso Senhor”, afirmou.

Dom Francisco, ainda durante a homilia, invocou Santa Luiza como modelo “radical em tudo” a ser seguido por todos e todas e também a copadroeira, a beata Lindalva, natural do município de Açu (RN) e religiosa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.

“Que nos inspire nossa mártir, filha desta terra, a beata Lindalva que diz para nós que ser santo não é coisa de ontem é coisa de hoje e de sempre, e que voltar à essência do Evangelho é o único lugar pleno para desenharmos a nossa fidelidade ao projeto de Deus”, disse dom Francisco.

Homenagens

Em nome de seus irmãos no episcopado, o bispo de Caicó (RN) e vice-presidente da CNBB NE 2, dom Antônio Carlos Cruz Santos, dirigiu uma mensagem de agradecimento a dom Mariano, que concluiu seu pastoreio à frente da Diocese de Mossoró, e de acolhida a dom Francisco, que agora assume a nova missão.

“Dom Mariano, em nome do Regional nós queremos agradecer o testemunho missionário do senhor, um padre diocesano que durante 16 anos serviu à Igreja de Mossoró e mais 19 anos como bispo. Não vá para longe não, se for nos leve no seu coração”, declarou.

A dom Francisco, dom Antônio Carlos ressaltou a admiração que ele e os demais bispos têm pelo religioso como pessoa e também como pastor. “Nós reconhecemos a sua dedicação e o bonito trabalho realizado na Diocese de Cajazeiras (PB). Obrigado por essa fidelidade, por esse jeito carmelita de pastorear o povo de Deus”, disse.

O vice-presidente sublinhou que dom Francisco está recebendo “uma diocese muito bonita” e se inserindo numa província eclesiástica marcada pelo amor fraterno. “É uma riqueza que está sendo dada ao senhor, esta província tem um espírito de comunhão muito profundo. Faça comunhão com esse povo de Deus, faça comunhão conosco e ajude, cada vez mais, a Igreja no Rio Grande do Norte a ter um rosto de uma Igreja aberta, Igreja em saída capaz de acolher a todos, capaz de ir ao encontro de todos”.

Autoridades civis como o prefeito de Mossoró, Allysson Bezerra, e a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também estiveram presentes e acolheram dom Francisco.

Agradecimentos

Ao final da Santa Missa, dom Francisco de Sales fez seu discurso de agradecimento e expôs suas expectativas diante do novo desafio. O bispo salientou que chegou a Mossoró com humildade colocando-se aos pés de Santa Luzia e da beata Lindalva, ao mesmo tempo, com o coração grato à Diocese de Cajazeiras, onde exerceu o ministério episcopal por seis anos.

“Cajazeiras me ensinou a ser bispo, porque bispo não é feito somente daquela bula bonita, o bispo é feito caminhando no caminho com a Igreja particular que lhe é confiada. Então, Cajazeiras é o primeiro amor e também a primeira escola”, afirmou.

Dom Francisco aproveitou para agradecer, de modo especial, a dom Mariano pela maneira como o bispo emérito conduziu a transição do governo pastoral.

“Gratidão dom Mariano, pelo jeito como nós vivemos este momento muito eclesial, muito bonito, muito solene e muito discreto. Isto é maturidade para uma Igreja que caminha séria e responsável por aquilo que faz. Minha gratidão ao senhor pela Igreja que recebo. E, como já disse para o senhor, nós o queremos perto de nós, vamos continuar na missão”, destacou.

Voltando-se para os diocesanos, dom Francisco evidenciou que a peregrinação iniciada no dia anterior à Posse Canônica foi o “termômetro” da nova missão. Ao percorrer tantas e diferentes comunidades, o bispo diz que constatou a beleza das singularidades de cada uma delas, mas que caminham no mesmo espírito de comunhão.

“É este o dinamismo da nossa Igreja: comunhão, complementariedade e corresponsabilidade. Cada uma fazendo aquilo que Deus lhe confia como missão, o bispo sendo bispos, o catequista sendo catequista, o animador de comunidade sendo animador, e quando a gente junta tudo isso transparece a grande comunhão com responsabilidade que complementa o mosaico da beleza eclesial. É nesse espírito que nós queremos viver com nosso presbíteros, diáconos, religiosos, religiosas, cristãos leigos e leigas engajados nos vários espaços da nossa Igreja diocesana”, afirmou dom Francisco.

Fotos: Jornalismo TCM e Pascom Mossoró

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