Bispo português e milhares de fiéis participam de procissão em honra a Nossa Senhora dos Prazeres em Maceió

Milhares de fiéis foram às ruas de Maceió, na tarde deste domingo (27), em um gesto de fé e amor por Nossa Senhora dos Prazeres, padroeira da Arquidiocese e da cidade de Maceió. Após caminhar 6 km em 2h30 pelas ruas da capital, os devotos participaram da Missa no Santuário Virgem dos Pobres, em Mangabeiras, onde o bispo português dom Antônio Vitalino entronizou imagem vinda de Fátima.

Com a chegada da charola da padroeira em frente à Catedral e a saída do clero e fiéis que participaram da Missa, a multidão cantava o hino de Nossa Senhora dos Prazeres. Entre os devotos que observavam o andor estava a dona Mafra Costa, da Paróquia São Pedro, na Jatiúca. Para ela, o dia 27 dá motivo para comemorar em dobro: além do Dia de Nossa Senhora dos Prazeres, ela completa mais um ano de vida.

“Nasci no dia 27 e me sinto maravilhada em poder participar de uma das maiores homenagens a Nossa Senhora que temos em Maceió. Não vou poder acompanhar o percurso, mas o coração está entre esse mar de gente, louvando a Nossa Senhora dos Prazeres, que nos protege”, afirmou Mafra.

Durante o percurso, muitos contaram com a companhia do terço, outros andaram descalços e pagando promessa. Foi o caso de Nailza Vicente, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, na Ponta Grossa. Usando uma túnica e descalça, ela rezava agradecendo por uma graça alcançada. “Para mim é motivo de felicidade estar aqui porque fiz uma promessa a Nossa Senhora dos Prazeres quando minha filha nasceu com problema de coração e, ao passar um mês internada, o médico disse que só Deus para mantê-la viva. Hoje ela tem cinco anos e está curada graças a Deus e a intercessão de Nossa Senhora”, relata a devota. “Estou pagando a promessa, mas todos os anos estarei aqui”.

A procissão teve a animação de trios com grupos musicais cantando louvores marianos. A movimentação foi intensa dos fiéis para tocar nos andores de Nossa Senhora dos Prazeres e na de Nossa Senhora de Fátima, que foi trazida de Portugal. Cortando vários bairros de Maceió, a multidão ocupou as duas vias durante o trajeto.

Ao chegar ao Santuário Virgem dos Pobres, em Mangabeiras, já repleto de fiéis, a última Missa do dia foi presidida por dom Antônio Vitalino, bispo emérito de Breja, Portugal, e concelebrada por dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió; dom Dulcênio Fontes, bispo de Palmeira dos Índios; monsenhor José Augusto, vigário geral da Arquidiocese, entre muitos sacerdotes do Clero de Maceió.

Na homilia, o bispo português falou do sentimento de estar em Maceió trazendo um pouco da mensagem de Nossa Senhora de Fátima. “Muito me alegra em estar aqui neste dia com todos vocês. A mensagem que trago do Santuário de Fátima é a mesma que foi dita a Jacinta, Lúcia e Francisco: rezar o terço e fazer sacrifícios pela conversão dos pecadores e pela paz no mundo, pois a melhor forma de combater a violência é a oração, é o diálogo com Deus e de uns para com os outros. O Santuário de Fátima doa a imagem para que fique aqui um sinal dessa mensagem”, disse dom Vitalino.

“Em cada aparição ela traz uma mensagem do Filho Jesus, pois ela está no céu e reserva o melhor para seus filhos. No Brasil, a Igreja celebra os 300 anos da aparição da Senhora Aparecida, já em Portugal estamos festejando o centenário. A Mãe se preocupa com os seus filhos e, por isso, está atenta a cada necessidade, independente do lugar”, explicou o bispo. “Que ela nos ajude a derrubar os muros de nossas famílias e os que são construídos pelos governantes”.

Antes do rito final, o arcebispo de Maceió agradeceu ao bispo português pelo presente oferecido a Arquidiocese e destacou os trabalhos que vem sendo desenvolvidos no Santuário Virgem dos Pobres. “Vocês estão vendo que aqui estão surgindo coisas novas. E tudo isso é graças a vocês que colaboram. Vamos juntos construir um paraíso no coração desta cidade”, ressaltou. Ele lembrou que a Festa de Nossa Senhora dos Prazeres seria finalizado apenas com o gesto concreto: “Nossa Senhora com o avental vai servir aos pobres os cobertores doados durante o novenário aos mais necessitados, aqueles que mais sofrem com o inverno”.

Com a bênção final, já com a imagem de Nossa Senhora de Fátima coroada canonicamente, ela foi entronizada numa estrutura em um formato de gruta com as imagens de São Francisco e Santa Jacinta, os pastorinhos já canonizados pela Igreja.

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