O italiano dom Paolo Pezzi é o arcebispo metropolitano da Mãe de Deus em Moscou e presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Federação Russa. Entrevistado por Federico Piana, do Vatican News, ele se diz entusiasmado com o próximo encontro entre o papa Francisco e o presidente russo, Vladimir Putin, previsto para esta quinta-feira (4) no Vaticano.
“É a continuação de um diálogo que começou há muito tempo. Embora eu não esteja a par da agenda da reunião, posso imaginar que sobre a mesa não faltarão os temas queridos ao santo padre: o progresso da paz, a proteção da casa comum e a defesa da criação.”
O encontro no Vaticano será o terceiro entre o papa e o presidente russo. O primeiro foi em 25 de novembro de 2013, o segundo menos de dois anos depois, em 10 de junho de 2015. A Santa Sé e a Federação Russa restabeleceram relações diplomáticas plenas em 2009. Em 1990, haviam já restabelecido relações bilaterais.
A questão da paz, vista a crescente instabilidade no mundo, não pode estar ausente da agenda da próxima audiência. “Certamente porque sabemos muito bem que a Rússia é uma nação essencial para a paz, que pode possibilitar o alcance desse objetivo. O papa está muito interessado na pacificação entre os povos. Ele o repetiu muitas vezes”, enfatizou dom Pezzi.
Convite a visitar a Rússia?
Diante da possibilidade que o presidente russo convide o papa para visitar a Rússia, o arcebispo cogita que “seria desejável, embora acredite que esta não seja a intenção de Vladimir Putin”.
“Sabemos que para papa Francisco, é dever do poder político fazer o convite formal. Mas deve ser, acima de tudo, a realidade religiosa do pais que deve estar interessada em ter o papa como seu convidado. E até agora, parece-me que por parte da Igreja Ortodoxa na Rússia, que é o elemento religioso mais significativo, não há um convite oficial. Por isso, não acho que o presidente, de sua livre vontade, dê tal passo sem contar com o claro apoio da Igreja Ortodoxa”, completou o arcebispo.
Entretanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou a jornalistas não ter ainda uma resposta sobre um eventual convite.