Os santos juninos | Dom Jaime Vieira Rocha

Por Dom Jaime Vieira Rocha*

Queridos irmãos e irmãs!

Na tradição religiosa popular, no mês de junho, celebramos os santos: Antônio de Pádua (ou de Lisboa), no dia 13, João Batista, dia 24, e Pedro, apóstolo, dia 29. Embora não tenha tradição junina, mas celebramos no mesmo dia 29, também São Paulo.

O costume popular de acender fogueiras nesses dias, especialmente na véspera dos dias festivos, dia 12, dia 23 e dia 28, como também as comidas de milho, canjica, pamonha, milho cozido, milho assado, faz do mês de junho um mês bastante rico culturalmente. Esses santos são chamados popularmente, de “os santos juninos”.

Alguns fazem justificar o uso da fogueira a uma tradição segundo a qual, para avisar a Nossa Senhora do nascimento de seu João Batista, Santa Isabel teria acendido uma fogueira e, assim, a Mãe do Salvador tomaria conhecimento do nascimento do Precursor do Messias, João Batista. Embora essa tradição esteja mais próxima da lenda, contudo, é significativo esse sinal, quando pensamos que naquele tempo não existiam nem redes sociais, nem a tecnologia do jornalismo que temos hoje.

Mas, lendas à parte, esses três santos católicos, lembram a todos nós, que o caminho da santidade envolve a vida e a cultura dos povos. Ao celebrar a vida deles tomamos consciência de que “trazemos” a sua história para junto de nós.

De fato, quando a Igreja venera ou nos apresenta esses personagens da história, que se destacaram por uma vida exemplar, de seguimento a Jesus Cristo e de vivência da fé, lembra que esse é o caminho para todos os batizados e batizadas. E ainda, o caminho da santidade é um caminho de alegria, de vivência do bom humor.

Santo Antônio, franciscano, nascido em Lisboa, Portugal, no ano de 1195, e morto em 1231, em Pádua, na Itália, daí a variedade do seu nome, é um dos santos mais populares da Igreja. Além de elementos populares que cercam sua biografia, por causa da clareza de seu ensinamento e profundidade de seus sermões, foi declarado “Doutor da Igreja”.

Sua vida é marcada pela dedicação às pessoas, as quais atendia com simplicidade, especialmente os mais necessitados e doentes. Sua fama de santidade logo percorreu o mundo. Ele foi canonizado em 1232, um ano após a sua morte. Na cultura popular Santo Antônio é conhecido como “santo casamenteiro”, protetor e intercessor de quem procura casamento.

Santo Antônio, São João Batista e São Pedro (Foto: Reprodução da internet)

Já São João Batista e São Pedro, apresentados no Novo Testamento, gozam de uma veneração toda particular. O primeiro, considerado o último dos profetas, elo entre o antigo e o novo, dele a Liturgia da Igreja afirma: “Ainda no seio materno, ele exultou com a chegada do Salvador da humanidade e seu nascimento trouxe grande alegria” (Missal Romano. Prefácio da Natividade de São João Batista).

De São Pedro, o primeiro dos apóstolos, celebrado juntamente com São Paulo, no dia 29 de junho, a Igreja reconhece o martírio que, segundo a tradição teria sido crucificado de cabeça para baixo. Assim declara a Igreja: “[Pedro], o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel” (Missal Romano. Prefácio de São Pedro e São Paulo, Apóstolos). Mas, não esqueçamos de São Paulo que comemoramos no dia 29, juntamente com São Pedro. Dele, a Liturgia da Igreja proclama: Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da Salvação (Missal Romano. Idem).

Celebremos esses santos neste mês tão cheio de encontros, de alegria, de festas. E procuremos viver essa santidade tão próxima de nós, com mais esperança e confiança. Que eles intercedam pelo nosso povo, um povo de fé, de coragem e de muita alegria.

*Arcebispo da Arquidiocese de Natal
e referencial para a Comunicação Social na CNBB NE 2

 

 

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