O Nome missionário de Deus na Quaresma

“Qual é o seu nome? O que lhes devo responder? Deus disse a Moisés: ‘Eu Sou Aquele que Sou’. E acrescentou: ‘Assim responderás aos filhos de Israel. ‘Eu Sou’ enviou-me a vós”(Ex 3,13-14). Estamos diante de um dos textos mais importantes das Sagradas Escrituras,  Deus revela seu Nome à casa de Israel. Quando vamos à Igreja fazemos comunhão com Deus, somos inseridos em Seu mistério de amor. Essa comunhão compreende-nos por inteiro, só é preciso que nos abramos a esse mistério que nos ultrapassa. A comunhão com Deus nos faz gradativamente conhecê-Lo. No grandioso Nome de Deus encontramos a novidade de um Deus que Se banqueteia com os pecadores, e quando para longe nos desvencilhamos, como fez o filho pródigo do Evangelho (Lc 15,1-3.11-32), Ele nos espera em Sua misericordiosa casa; e ao nos ver de longe corre ao nosso encontro, nos cobre de beijo e nos acolhe, basta que nos arrependamos. Deus perdoa sempre!

Quando Deus responde a Moisés que o Nome Dele é “‘Eu sou’ enviou-me a vós” salta-nos ao nosso entendimento que, Deus se envolve conosco e nos coloca em estado permanente de missão, de envio imediato aos homens. No tempo quaresmal, a Igreja tem uma preciosa oportunidade de renovar essa comunhão de amor com Deus. As orações, a liturgia, a vivencia dos sacramentos, tudo se torna muito concreto para estar com o Senhor. Trata-se de um ‘’estar” aos moldes penitencial, nos aproximamos Dele conscientes da nossa miséria e com piedoso respeito. E estando com o Senhor, tornamo-nos conhecedores de Seu Nome amoroso, somos revestidos do mandato de anunciar esse mesmo amor que Dele fomos alvos. A cultura moderna conhece muitos nomes famosos, quando entramos em nossas redes sociais, vemos o quanto nossos olhos se enchem da necessidade de se ter o nome conhecido e afamado. Contudo, a penitencia quaresmal educa nosso ser para o exercício de conhecer profundamente o Nome de Deus, um conhecimento que exige a conversão da nossa vida. Conhecemos de fato o Nome de Deus quando seguimos o mesmo caminho de sacrifício de Seu Filho Jesus: “No Gólgota Deus, que durante a noite da fuga do Egito se revelou como aquele que liberta da escravidão, revela-se como Aquele que abraça cada homem com o poder salvífico da Cruz e da Ressurreição e o liberta do pecado e da morte, o aceita no abraço do Seu amor” (Papa Bento XVI). Unamo-nos à Santíssima Virgem, pois Ela bem perfeitamente e isenta de todo pecado, soube seguir Jesus até a cruz.

Dom Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo da Paraíba

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