O amor não faliu!, Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap.

A capacidade de acolher o amor na existência humana é um dom que nos veio do grande amor de Deus. Somos dotados dessa capacidade e devemos fazê-la crescer em todas as experiências que nos acompanham. Para o Papa Francisco, o apelo ao amor exige o “não matarás” que está contido na exigência moral da lei de Deus. Somos especialistas em reclamar um mundo novo, e devemos sonhá-lo mesmo, mas a realização desse sonho passa também pelas nossas mãos generosas. Mãos que não se ocupam da cultura de morte e do desprezo aos irmãos.

Em tempos tão sombrios, salta-nos das páginas do Evangelho de Jesus aquela máxima que atravessa o tempo e a história humana: “amar até o fim” (Jo 13,1). A exigência espontânea do amor sempre nos acompanhará, ainda que estejamos cercados de narrativas que tentam nos fazer desistir dos atos concretos do amor cristão. Acreditamos que só o amor verdadeiro, o provado e comprovado pela cruz de Jesus, torna nossas relações mais honestas e preenchidas do bem-querer ao necessitado. Sem a concretude daquele, não é possível construir um mundo fraterno e mais humanizado.

Por todos os lados podemos constatar situações e vozes que proclamam a falência do amor verdadeiro. Não queremos ser arautos de constatações fatalistas, apesar dos fatos que se impõem. Para nós cristãos, o amor não é uma realidade sentimentalista e fechada em si mesma, mas é serviço, abertura e diálogo ao mundo e aos filhos deste tempo. A certeza que nos vem da fé em Jesus, nos faz proclamar com o testemunho de nossa vida que, o amor não faliu. Ele até pode aparentar fracasso de cruz, mas a caridade de Deus não morre e continua no testemunho dos cristãos que lutam pelo empenho da verdade. O Filho de Deus antes de entregar sua vida livremente na cruz, nos deu uma palavra que deve moldar nossa existência: “Ninguém me tira a vida; Sou eu que a dou por mim mesmo” (João 10, 18). Aqui encontra-se a explicação para não deixar o amor morrer, este não fale porque tem a missão de explicar a real e convincente existência de Deus. Todos os atos de Deus são atos de amor; por vezes estes tomaram outros nomes na história humana: sacrifício, renúncia, zelo, misericórdia e etc…  Que o serviço do amor cristão esteja junto à prontidão de nossos pés pelas estradas do mundo. Que o sim serviçal de Nossa Senhora nos faça abraçar alegremente as coisas de Deus, coisas que sempre se referem às causas dos homens. Dela aprendemos a amar sempre, e não importa o que nos custe, escolhemos amar!

Dom Frei Manoel Delson Pedreira da Cruz, OFMCap
Arcebispo da Paraíba

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