Igrejas da Arquidiocese adaptam espaços físicos para acessibilidade

Pode não parecer, mas a acessibilidade é um tema pertinente à teologia. Assim como o encontro entre pessoas somente acontece quando existe condição de acesso entre elas, também o encontro com Deus, por vezes, é facilitado pelo acesso aos templos e casas de oração. Atenta às possibilidades de aproximação entre o homem e Deus, a Arquidiocese de Olinda e Recife vem atendendo às normas e leis que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência, no que concerne também ao acesso físico e espacial. Ao longo de dez anos, igrejas e capelas vem construindo rampas, adaptando banheiros, alargando portas e possibilitando conforto aos fiéis com algum tipo de dificuldade de locomoção ou com necessidade de cuidado especial.

O Ministério Público de Pernambuco vem orientando e acompanhando as mudanças. O promotor Westei Conde y Martins Júnior, da 7ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Direitos Humanos, participou de algumas reuniões do clero e mostrou a real necessidade das reformas para atender às exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que tratam sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. “A Arquidiocese está abraçando essa adequação às normas pois reconhece nela um trabalho cuidadoso do Ministério Público com as pessoas, por isso vem cobrando dos párocos o esforço de adaptar as igrejas e capelas das paróquias de acordo com a necessidade das comunidades”, explicou a advogada da Cúria Metropolitana, Rilane Dueire.

De fato, desde 2006, as mudanças físicas estão acontecendo nas igrejas e capelas da Arquidiocese. Uma das primeiras paróquias a providenciar as mudanças exigidas pela lei foi a Paróquia do Coração Eucarístico de Jesus, mais conhecida como Paróquia do Espinheiro. “As adaptações na igreja matriz começaram na época de Frei Geraldo, e isso impactou positivamente os fiéis, facilitando a vida dos paroquianos”, informou o pároco atual, padre frei Paulo Sérgio.

A matriz da paróquia Nossa Senhora do Rosário (fotos 1 e 2), em Boa Viagem, é uma das que estão totalmente adaptadas para acolher, com mais conforto, os fiéis com dificuldades de locomoção. A construção tem duas rampas e banheiro para cadeirantes. Segundo a paroquiana Laudicéa Moraes, a igreja precisava de reformas e a acessibilidade foi incluída no projeto, melhorando a vida de muita gente. “Não somente os cadeirantes, mas também os idosos usam as rampas, evitando os degraus”, comentou.

Ao longo de dez anos, 69 paróquias apresentaram e tiveram aprovados seus projetos de acessibilidade. De forma geral, as mudanças efetuadas na estrutura física e no acesso às igrejas propiciaram condições de participação de pessoas com deficiência na vida eclesial, como nas missas, sacramentos e relações comunitárias. O cumprimento da lei eliminou barreiras físicas, mas também de comunicação e de atitudes que acolheram mais e mais pessoas no projeto de evangelização da Igreja.

Para o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, o cumprimento da lei se assemelha à atitude de Jesus, que se aproximou dos excluídos de sua época. “Lembro que não somente o acesso físico está sendo proporcionado pela Igreja, mas as Pastorais da Inclusão desenvolvem um belo trabalho com os portadores de deficiência, disponibilizando intérpretes de Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) nas missas, corais de deficientes visuais, procissão de ofertas com cadeirantes, como forma de evangelização e sensibilização dos fiéis e da sociedade como um todo”, afirmou.

Conheça a lista das paróquias que apresentaram projetos de acessibilidade .

Pascom AOR

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