Em assembleia, CPT NE2 reafirma defesa intransigente pela vida e pela terra

A Comissão Pastoral da Terra da CNBB Nordeste 2 (CPT NE2) mobilizou mais de 170 pessoas na 19ª Assembleia do organismo que aconteceu de 9 a 11 deste mês. Bispos, padres, agentes da pastoral, religiosos e religiosas, camponeses e camponesas, além de representantes de movimento sociais se reuniram no Santuário Padre Ibiapina, em Solânea (PB), para refletir o tema “Em tempos difíceis, resistir e avançar é preciso”.

A programação da Assembleia da CPT NE2 foi marcada por momentos de oração e de debates sobre a conjuntura política, econômica e social que tem atingido, sobretudo, a vida no campo. O evento também lembrou os impactos da pandemia de covid-19 entre os camponeses e homenageou os mártires da terra, em especial, o padre Tiago Thorlby, agente histórico do organismo e que morreu em abril.

“Fica muito claro que a reprodução camponesa corre sérios riscos, porque nós pensávamos que com a conquista da terra e do território estávamos livres, vamos construir uma autonomia, uma produção agroecológica, abastecer a comunidade e melhorar a qualidade de vida da minha família e dos meus amigos. Mas passamos a enfrentar mineração, projetos de energia e o agronegócio”, afirmou coordenador nacional da CPT, Carlos Lima.

Durante a Assembleia da CPT NE2, os participantes vivenciaram debates em eixos temáticos, foram eles: luta pela terra/território, produção camponesa/agroecologia, juventude camponesa, mulheres camponesas e comercialização de alimentos. Para cada tema, uma tenda foi montada para que os agricultores e agricultoras pudessem partilhar suas reflexões, trocar experiências e construir caminhos de transformação social.

A plenária final da 19ª Assembleia da CPT NE2 foi concluída reafirmando a defesa intransigente da luta pela terra, pelo território e pela vida dos povos do campo. Além disso, a comissão reforçou o compromisso de avançar com coragem e firmeza na construção do Reino de Deus aqui e agora.

CPT NE2

Atualmente, a CPT Nordeste 2 acompanha a luta de cerca de 300 comunidades camponesas, correspondendo à 13.822 famílias e 69.110 pessoas, em mais de cem municípios nos estados de Alagoas, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte. São posseiros, trabalhadores rurais sem-terra, quilombolas, pescadores, assentados da Reforma Agrária, pequenos agricultores, entre tantos outros povos que vivem no campo. Desse total, a metade encontra-se sob ameaça de expulsão de suas terras.

Com informações da CPT NE2
Fotos: Ana Flávia Fernandes e Marcelo Gonçalves
 

DESTAQUES

REDES

Pular para o conteúdo