Corpo de Cristo, Dom Manoel Delson.

Corpo de Cristo

O mistério da Eucaristia é tão profundo que por mais que queiramos esmiuçá-lo não vamos esgotar a amplitude e a grandeza dele, porque a nossa razão humana não consegue tocar aqueles aspectos que o próprio filho de Deus nos transmitiu. A nossa mente, a nossa inteligência e a nossa capacidade não podem compreender em toda a sua extensão esse mistério, mas acreditamos na presença real de Jesus na Eucaristia. Deus pode tudo. Ele quis se dar a nós no pão. Este é o meu corpo, tomai. Este é o cálice do meu sangue, bebei. Quando tomamos o corpo do Senhor, quando tomamos o cálice do sangue do Senhor, nós acreditamos que estamos comungando o corpo do Senhor.

Percebemos que Jesus não quer dar simplesmente o pão material para saciar a fome. Jesus quer dar o pão que sacia plenamente o ser humano. E esse pão espiritual é em Cristo. Quem comerá deste pão viverá eternamente. Isto é, quem comer o corpo do Senhor estará comendo o pão que dá a vida eterna. O que nos sacia definitivamente é só a eternidade. Porque tudo que nós vivemos neste mundo passa. Se comemos hoje de manhã, à tarde já estaremos com fome. Se bebemos água agora, daqui a pouco já estaremos com sede novamente. Mas quem comer o corpo do Senhor, comungar o Senhor, vai ter a mesma vida dele. E o Senhor é eterno. Através da comunhão abrem-se para nós as portas da eternidade.

Não há momento mais elevado, mais digno, mais excelso para nós do que quando comungamos o corpo do Senhor. Quando estamos com o Senhor, o seu poder desfaz em nós a marca do pecado, do egoísmo, da vaidade, de todas as coisas humanas que nós damos tanto valor. Quando estamos unidos a Jesus Cristo, tudo o que é ruim desaparece para dar lugar aquilo que é mais essencial: o amor. Por isso, comunhão é amor. Comungar é se envolver do amor de Deus.

Nós aprendemos com a Eucaristia algumas coisas: uma delas é que, estando em comunhão com Jesus, precisamos estar em comunhão com o irmão. É impossível estarmos em comunhão com Jesus sem estarmos em comunhão com o irmão. Por isso, quando tivermos dificuldade com o irmão, de relacionamento, algum fato que se tenha necessidade de pedir perdão, devemos primeiro nos reconciliar com o irmão, depois voltemos para fazer a comunhão, porque aí a comunhão será plena. Enquanto estivermos brigados, impossibilitados da comunhão com o irmão, estamos também impossibilitados da comunhão plena com Jesus. E quando nos aproximarmos de Jesus, peçamos a Ele que, com o seu amor, destrua em nós o pecado, o egoísmo, a vaidade e o apego as coisas pessoais.

Dom Manoel Delson

Arcebispo Metropolitano da Paraíba

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