O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, recebeu na manhã desta quarta-feira (22/05), em seu gabinete na Cúria Metropolitana, no Recife, uma comissão formada por representantes das Pastorais Sociais da Diocese de Floresta, da organização social Pró-Vida, do Conselho Indigenista Missionário e da Comissão Pastoral da Terra do Regional NE2. A pauta foi a preocupação com os impactos socioambientais que podem ser gerados pela instalação de uma usina nuclear em Itacuruba, no Sertão do São Francisco.
O bispo auxiliar da Arquidiocese, dom Limacêdo Antonio, participou da reunião, pois é o bispo referencial do Regional Nordeste 2 para as Pastorais Sociais. A comissão vinda de Floresta era integrada pelo coordenador das Pastorais Sociais da Diocese de Floresta, padre Luciano Aguiar; pelo representante do Conselho Pastoral dos Pescadores do Regional NE2, Marcos Bezerra; pelos integrantes da organização social Pró-Vida, da Diocese de Floresta, Ângelo Zanré e Rinaldo Novaes; pela integrante da Pastoral Social da Diocese de Floresta, Glória Melo; pela representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Regional NE2, Gabriela Santos; pelo representante da Articulação Anti Nuclear Brasileira, Prof. Heitor Scalambrini Costa; e pelo integrante do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), José Carajá.
A comissão veio sensibilizar o arcebispo para sua causa pois, segundo o padre Luciano Aguiar, o povo do Sertão vem sofrendo com o impacto de grandes obras como a transposição e a hidrelétrica de Itaparica, podendo sofrer ainda mais com a instalação da usina nuclear. “Vimos a necessidade de contar com o arcebispo, que é presidente da província eclesiástica de Pernambuco, pois o projeto de instalação da usina nuclear em Itacuruba, no território da Diocese de Floresta, prejudica muita gente, inclusive os povos tradicionais como índios, quilombolas e pescadores”, disse o padre. “Nossa articulação é em defesa do Rio São Francisco e da espécie humana, portanto somos contra a usina nuclear”, concluiu.
Para o arcebispo, a vida é prioridade. “A Arquidiocese dará sua contribuição através da promoção do diálogo entre representantes desta comissão, do empreendimento e do Governo do Estado para que detalhes do projeto da usina sejam esclarecidos e o direito à qualidade da vida da população seja garantido”, afirmou dom Fernando. “A Igreja é contra o que fere a vida e a dignidade humana e precisa participar das discussões que envolvem os direitos do povo de Deus, especialmente da parte mais sofrida e necessitada”.
A reunião entre os atores de Floresta, Governo e Usina foi marcada para 17 de junho, na Cúria Metropolitana. Dom Fernando vai convidar também para a reunião alguns deputados do legislativo estadual.
Pascom AOR