A devoção a São José

Dom Jaime Vieira Rocha
Arcebispo de Natal

Queridos irmãos e irmãs!

Iniciamos o mês de março, mês dedicado a São José, cuja solenidade celebraremos no dia 19. Celebramos este grande santo, último dos Patriarcas, considerado “justo” pelo Evangelho de São Mateus. São José é o escolhido para cuidar do Filho de Deus feito homem e de sua mãe, a Virgem Maria. A solenidade de São José é vista como um momento especial de esperança para o povo nordestino, pois este acredita que “se chove no dia de São José”, então o inverno será bom. Além de uma verificação popular que alguns podem considerar crença popular, o fato nos lembra a necessidade de nos preocuparmos com a nossa Terra, com as dificuldades climáticas, com a problemática da responsabilidade do homem diante da natureza, e ver isso como consequência de nossa fé.

Chamado a proteger o Redentor, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa (Mt 1,24). Inspirando-se no Evangelho, os Padres da Igreja, desde os primeiros séculos, puseram em relevo que São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo”. Com essas palavras, o Papa São João Paulo II, iniciava a sua Exortação Apostólica “Redemptoris Custos” (o “Protetor do Redentor”), publicada em 15 de agosto de 1989.

São José, esposo da Virgem Maria e pai adotivo de Jesus, é muito venerado na Igreja Católica. Considerado “homem justo” pelo evangelista São Mateus (cf. Mt 1,19), São José é o Padroeiro Universal da Igreja, cuja proclamação aconteceu em 1870, pelo Papa Pio IX, que afirmou  “a Igreja, depois da Virgem Santíssima, esposa dele, teve sempre em grande honra e cumulou de louvores o Bem-aventurado José e, no meio das angústias, de preferência foi a ele que recorreu”. Nessa mesma proclamação foi elevada a festa de são José à categoria de primeira classe. São João XXIII, no dia 19 de março de 1961, dirigiu ao Episcopado e aos fiéis de todo o mundo uma Carta Apostólica, onde declara São José padroeiro do Concílio Vaticano II.

A importância de São José, esposo da Mãe de Deus e o pai adotivo de Jesus deve ser reconhecida pela sua missão na história da salvação. Sua santidade corresponde a esta sua função na história. Ele fez parte da história da salvação. Ele pertence a essa história e nele e para ele se torna salvação, como para todos os que tiveram parte nessa história, como os Apóstolos, como o Batista. É o que também se pode concluir das afirmações de são Paulo, na Primeira Carta aos Coríntios, quando se refere ao tema da ressurreição: “Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos serão vivificados. Cada qual, porém, na sua própria categoria: como primícias, Cristo; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda” (1Cor 15,22s).

Muito conhecida é a expressão “Ite a Ioseph”, ide a José, recomendada pelos santos. Encontramos esse testemunho da grande mística e doutora da Igreja, Santa Teresa de Jesus: “Tomei por advogado e senhor o glorioso São José e encomendei-me muito a ele… Não me lembro até agora de ter-lhe suplicado coisa que a tenha deixado de fazer. É coisa que espanta as grandes mercês que Deus e tem feito por meio deste bem-aventurado Santo, dos perigos que me tem livrado, assim de corpo como de alma” (SANTA TERESA D’ÁVILA. Livro da Vida, cap. 6,6. Obras completas. Paulinas, p. 81).

Que São José, padroeiro universal da Igreja, interceda por todos nós. E que ele continue a sustentar, com seu patrocínio, a santa Igreja de seu Filho, Jesus Cristo, de quem era seu fiel protetor.

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