O presidente do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2), dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, avalia que os católicos estão encontrando na pandemia do novo coronavírus a oportunidade “para equilibrar as dimensões da Palavra, Caridade e Liturgia”. O religioso também acredita que a Igreja não será a mesma após essa crise.
O bispo, que é responsável pela Diocese da Garanhuns (PE), participou nesta segunda (18) do programa A Luz promovido pela Diocese de Mossoró (RN), no canal TCM. Com o tema “O papel da Igreja em tempos de pandemia”, o prelado foi entrevistado pelo padre Flávio Augusto Melo.
“Estamos caminhando para uma nova compreensão da adoração eucarística, retornando à Igreja primitiva feita de pequenos núcleos familiares e comunitários que se reúnem em casa ou no ambiente de trabalho, por exemplo. Isso também exigirá pastores mais sensíveis que tomem os devidos cuidados com a saúde, mas não tenham medo de se lançar”, afirmou o presidente.
Muito do que a Igreja vai viver, disse dom Paulo Jackson, já está sendo preparado agora. Segundo ele, o uso maciço dos meios de comunicação é um dos fatores de mudança. “Eu me tornei um youtuber, faço vídeos diários sobre o Evangelho e uma vez por semana uma formação bíblica. Diante da necessidade fomos buscar outras formas de evangelizar e de chegar no outro”, explicou.
O presidente da CNBB NE2 também comentou outras ações da Igreja que estão ocorrendo de maneira intensa. O bispo citou a campanha “É tempo de cuidar” que foi abraçada pelo Regional e em cada diocese é possível encontrar inúmeras ações solidárias. “São exemplos lindos espalhados por esse Regional afora”, declarou.
Dom Paulo Jackson defendeu as medidas de isolamento social como forma de combater o avanço do novo coronavírus e pediu união de todos os credos na defesa da vida. “As pessoas não são números, por trás de cada vida perdida há histórias, memórias e uma família que padece e chora”, destacou.
Por fim, o presidente da CNBB NE2 afirmou que neste momento é importante lutar por uma saúde pública de qualidade e por investimentos na ciência.
“Precisamos sair dessa pandemia reforçando o SUS e a pesquisa científica, o país que não investe nessas áreas está fadado ao fracasso. Também é preciso repensar nosso líderes o que não cuidam da vida, não têm empatia e não cuidam da dor do outro não podem continuar [no poder]”, afirmou dom Paulo Jackson.
