Centenas de fiéis lotaram a Catedral da Sé de Olinda para participar da celebração da Liturgia da Paixão de Cristo, na tarde desta Sexta-feira da Paixão, 30/03. Conhecido com dia do silêncio, devido ao profundo pesar que marca o calvário e a morte de Nosso Senhor, na Sexta-feira da Paixão a Igreja pede despojamento e jejum aos devotos. Trata-se de um dia em que não há celebração eucarística, ficando o altar descoberto, sem nenhuma decoração no presbitério. Dom Fernando Saburido, arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife, presidiu a celebração dividida em três partes: liturgia da Palavra (Paixão Anunciada); Adoração de Cristo na cruz (Exaltação do Lenho Sagrado) e o rito da comunhão.
Na Paixão Anunciada, as passagens do Evangelho mostraram que o sofrimento de Jesus não foi castigo nem vontade de Deus, mas consequência da fidelidade de Jesus a Deus. Em sua homilia, dom Fernando lembrou que Isaías profetizou que Deus agiria libertando os homens: “Para nos salvar dos nossos pecados, um Deus de amor morreu por nós”, destacou o metropolita.
No momento da Adoração da Santa Cruz, o arcebispo, seguido pelo clero, entrou na Catedral em direção ao presbitério, com a cruz velada e descobriu-a aos poucos, dizendo: “Eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo. Com respeito e devoção, dom Fernando, o clero e os fiéis formaram uma fila e silenciosamente, um a um, beijaram a imagem do Cristo Crucificado. A solenidade lembrou de todos aqueles que carregam a cruz da miséria, do sofrimento e do abandono. A Assembleia cantava: “Fiel madeiro da santa cruz, ó árvore sem rival. Que selva outro lenho produz, que traga em si fruto igual? Quão doce peso conduz, ó lenho celestial! Fiel madeiro da santa cruz, ó árvore sem rival!”.
Em seguida, dom Fernando e os concelebrantes ministraram a comunhão, o pão eucarístico consagrado na missa da quinta-feira, aos presentes. A assembleia comungou Cristo, Cordeiro imolado, para manter-se fiel a Deus e para ter forças para vencer o sofrimento.
O piedoso desfecho da Sexta-feira da Paixão do Senhor aconteceu com a procissão do Senhor Morto, tradição de mais de 400 anos em Olinda e que retrata o momento em que os discípulos retiram o corpo de Jesus Cristo da cruz e o sepultam. Dom Fernando seguiu à frente do cortejo, com o vigário episcopal de Olinda, monsenhor José Albérico Bezerra e demais membros do clero e das irmandades, com os andores do Senhor Morto, de Nossa Senhora, de Maria Madalena e do discípulo João. A procissão percorreu as principais ruas do Sítio Histórico de Olinda, acompanhada de centenas de pessoas.
(Pascom Arquidiocese)