Com um Quirógrafo publicado nesta quarta-feira, 6, o Papa Francisco criou a “Fundação Católica para a Saúde”. Trata-se de um órgão que oferecerá apoio econômico às estruturas de saúde da Igreja, preservando o carisma dos fundadores. Seu propósito é exclusivamente benéfico segundo com os ditames da Doutrina Social.
O contexto da decisão papal é o da crise que afeta várias estruturas de saúde administradas por ordens religiosas. Muitas vezes, tem sido impossível continuar a mantê-las e acabam sendo colocadas à venda.
A nova Fundação do Vaticano, escreve Francisco, é uma “Entidade ligada à Santa Sé” para que “possa operar sob sua autoridade soberana e como entidade instrumental da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, que providenciará seu governo e tudo o que for necessário para seu funcionamento”. Com o Quirógrafo de hoje, o Papa também aprovou o Estatuto da Fundação, que será dirigida por Dom Nunzio Galantino, Presidente da APSA.
O objetivo estatutário é, portanto, apoiar e relançar estruturas de saúde de propriedade ou administradas por entidades canônicas, também encontrando recursos financeiros necessários de benfeitores privados e de instituições públicas e privadas.
A Fundação poderá realizar qualquer tipo de operação permitida pela legislação do país onde operam as estruturas de saúde objeto de suas atividades, procurando assegurar o respeito à Doutrina Social e a sustentabilidade econômica. As estruturas católicas de saúde, que por várias razões encontram dificuldades para ir adiante, poderão assim evitar escolhas demasiado condicionadas pela urgência.
“Tentaremos evitar o risco”, explicou Dom Galantino ao Vatican News, “que, mesmo que não querendo, essas estruturas contribuem em transmitir uma ideia elitista da assistência à saúde, reduzindo os espaços dos cuidados oferecidos a todos e para todos”.
Papa defende serviço de saúde bom e gratuito
Em sua primeira aparição pública após a cirurgia intestinal em julho passado, o Papa Francisco falou sobre a importância de dispor de um bom serviço de saúde, acessível a todos.
“Um serviço de saúde gratuito que garante um bom serviço acessível a todos. Não se pode perder este bem precioso. É preciso preservá-lo! E por isso todos devemos comprometer-nos, pois serve a todos e requer a contribuição de todos”, disse no Angelus naquela ocasião, em 11 de julho.
Depois de ter dirigido um encorajamento aos médicos e a todos os profissionais da saúde, também mencionou o contexto na Igreja. “Até na Igreja às vezes acontece que alguma instituição de saúde, devido a uma má gestão, não está bem economicamente, e o primeiro pensamento que nos vem é vendê-la. Mas, na Igreja, a vocação não consiste em ter dinheiro, mas em prestar serviço, e o serviço é sempre gratuito. Não vos esqueçais disto: salvar as instituições gratuitas!”.
Fonte: Canção Nova Notícias