O Papa Francisco retomou nesta segunda-feira (19) a agenda de audiências depois da cirurgia no intestino que o deixou internado por dez dias no Hospital Gemelli de Roma. Entre os compromissos da manhã no Vaticano, a audiência com o comitê organizador da 10ª edição do Congresso Eucarístico Nacional do Estados Unidos. O evento será realizado por quatro dias em julho de 2024, na cidade de Indianápolis, e o Pontífice já agradeceu por toda a preparação, encorajando a continuar com os esforços “para reavivar a fé e o amor pela Santíssima Eucaristia, ‘fonte e ápice de toda a vida cristã’ (Lumen Gentium, 11).”
O Reavivamento Eucarístico nos EUA
Vários eventos em nível diocesano e paroquial, além de uma peregrinação eucarística com dois meses de duração rumo ao Congresso em Indianápolis, fazem parte de uma iniciativa de três anos dos bispos para reavivar a frequência à missa, aproximando os fiéis da Eucaristia. Esse “Reavivamento Eucarístico” [Eucharistic Revival], como vem sendo chamado, foi estabelecido pela Conferência dos Bispos Católicos do país.
O percurso da peregrinação – que será iniciado no Domingo de Pentecostes (19 de maio de 2024) e vai terminar em 16 de julho, data de abertura do Congresso – terá mais de 10 mil quilômetros e vai cobrir 65 dioceses ao longo de quatro itinerários diferentes. As paróquias serão visitadas por jovens católicos, acompanhados por capelães, e serão sede de celebrações eucarísticas, adoração ao Santíssimo Sacramento, devoções de 40 horas, palestras eucarísticas e testemunhos de peregrinos, por exemplo.
A Eucaristia não é um símbolo
“A Eucaristia, de fato”, disse o Papa na audiência, “é a resposta de Deus à fome mais profunda do coração humano, à fome de vida verdadeira: nela, o próprio Cristo está realmente em nosso meio para nos nutrir, consolar e sustentar em nossa jornada”. Francisco destacou a importância da Igreja nos Estados Unidos encorajar nesse percurso:
“Infelizmente, hoje em dia, às vezes, entre nossos fiéis, alguns acreditam que a Eucaristia seja mais um símbolo do que a presença real e amorosa do Senhor. É mais que um símbolo, é a presença real e amorosa do Senhor. Espero, portanto, que o Congresso Eucarístico inspire os católicos de todo o país a recuperar o senso de maravilha e encantamento por esse grande dom que o Senhor nos deu e a passar tempo com Ele na celebração da Santa Missa, bem como na oração pessoal e na adoração ao Santíssimo Sacramento.”
“Acredito que nós, nestes tempos modernos, perdemos o sentido da adoração, precisamos recuperar o sentido de adorar em silêncio, adorar. É uma oração que perdemos. Poucas pessoas sabem o que é isso e vocês, bispos, devem catequizar os fiéis para a oração de adoração e, com a Eucaristia, se deve fazer assim.”
Promover a vocação ao sacerdócio
O Papa Francisco, afirmou, assim, que o Congresso Eucarístico Nacional marca um momento significativo na vida da Igreja do país, inclusive para inspirar novas vocações:
“Não posso deixar de mencionar a necessidade de promover as vocações ao sacerdócio, porque, como disse São João Paulo II: ‘não existe Eucaristia sem Sacerdócio’ (Carta aos Sacerdotes para a Quinta-feira Santa de 2004). São necessários sacerdotes para celebrar a Santa Eucaristia. Espero que o Congresso seja uma oportunidade para que os fiéis se comprometam com um zelo cada vez maior para serem discípulos missionários do Senhor Jesus no mundo”.
A Eucaristia deve ir além da igreja
Na Eucaristia, continuou o Papa, “encontramos Aquele que se entregou inteiramente a nós, que se sacrificou para nos dar a vida, que nos amou até o fim”. Uma inspiração para os missionários, sobretudo, recordou Francisco, diante de dois grupos de pessoas que precisam ser visitadas: “os idosos, que são a sabedoria de um povo, e os doentes, que são a figura do Jesus sofredor”.
“Só nos tornamos testemunhas confiáveis da alegria e da beleza transformadora do Evangelho reconhecendo que o amor celebrado no Sacramento nem sempre pode ser guardado para nós, mas exige ser compartilhado com todos. E esse é o sentido do trabalho missionário: você vai, celebra a missa, comunga, faz a adoração… e depois? Depois sai, você sai para evangelizar, Jesus nos ‘mostra’ assim… A Eucaristia nos impele a um amor fortemente comprometido com o próximo, porque não podemos realmente entender e viver seu significado se mantivermos nossos corações fechados para nossos irmãos e irmãs, especialmente por aqueles que são pobres, sofredores, exaustos ou perdidos na vida.”
Fonte: Andressa Collet - Vatican News