O arcebispo da arquidiocese de Belo Horizonte (MG) e presidente a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, comentou os significados e sentidos da 33ª viagem internacional do pontificado de Francisco realizada ao Iraque, de 5 a 8 de março. Após 15 meses sem realizar viagens, o Papa visitou o país rico em simbolismo para as religiões Abraâmicas, até então nunca visitado por nenhum Pontífice.
Segundo o presidente da CNBB, a viagem do Papa Francisco ao Iraque é um denso tratado com muitas lições para a Igreja. Dom Walmor disse que o Santo Padre, em sua missão, aproximou-se dos que professam outras confissões, incentivando a amizade entre as comunidades religiosas. “É bonito perceber que nosso amado Papa ensina aos cristãos católicos e a cada pessoa, com seus gestos, a ser ‘Igreja em saída’”, disse.
Peregrino da Paz
O arcebispo de Belo Horizonte (MG) destacou a coragem do chefe da Igreja Católica em sua peregrinação a um país que sofre com a violência e atentados terroristas. Para dom Walmor, o gesto do Papa indica que a Igreja deve estar profeticamente ao lado dos pobres. “Em um contexto tão ferido pela violência, o Santo Padre afirmou, ‘calem-se as armas’, indicando que o caminho bélico, das agressões, não é remédio para debelar o mal. Vence-se o mal com o bem, com o testemunho cristão, que se alicerça na paz. Francisco se fez peregrino da paz, convidando-nos todos para também sermos peregrinos da paz”, disse.
De acordo com o arcebispo de Belo Horizonte, a viagem do Papa ensina que, em diferentes proporções e respeitadas as singularidades de cada contexto, muitos lugares necessitam do testemunho cristão para superar perspectivas armamentistas e situações de intolerância – marcadas pela incapacidade de se conviver com as diferenças.
Seguindo o exemplo do Papa Francisco, dom Walmor aponta que os cristãos e católicos precisam testemunhar a paz, sendo presença genuinamente cristã em diferentes lugares. Para dom Walmor, o Papa ensina que não se combate o mal com maldades. “Em cenários obscurecidos, tomados pelas sombras, o que desencadeia mudanças são as atitudes alicerçadas na bondade. A força de um gesto terno, amoroso, é muitas vezes invisível, mas de alcance profundo, pois tem a capacidade de gerar conversão, mudar o coração humano e, consequentemente, a própria humanidade”, avaliou.
Com informações e fotos: Vatican News