Na Arquidiocese de Natal, Trem da Fraternidade e da Esperança celebra os 60 anos da CF

Dando continuidade à série de eventos em comemoração aos 60 anos da Campanha da Fraternidade (CF), a Arquidiocese de Natal realiza, neste sábado (27), o “Trem da Fraternidade e da Esperança”. A viagem especial vai ligar a capital potiguar à cidade de Nísia Floresta (RN) – berço da CF – onde será celebrada uma Missa em Ação de Graças presidida pelo arcebispo dom João Santos Cardoso.

O Trem da Fraternidade e da Esperança percorrerá 37 quilômetros saindo da estação da Ribeira, às 14h, com três vagões ocupados por 500 passageiros, representantes de paróquias localizadas nas imediações da linha ferroviária. Durante o percurso até a estação do Papari, em Nísia Floresta, serão feitas 15 paradas. O tempo total da viagem está previsto em 2h.

Em mensagem divulgada pelas redes sociais, dom João Santos destacou que a viagem, em parceria com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), terá o objetivo de “espalhar a Fraternidade e a Amizade Social”.

“A Campanha da Fraternidade surgiu na Arquidiocese de Natal como ‘Movimento de Natal’, por isso nós vamos fazer o Trem da Fraternidade e da Esperança. Vamos até Nísia Floresta, onde tudo começou e lá com as diversas comunidades da nossa arquidiocese e de outras dioceses celebraremos a Eucaristia às 17h”, explica o arcebispo.

A Santa Missa será transmitida ao vivo pela Rádio Rural – 91.9 FM e pelas redes sociais da Arquidiocese de Natal direto da Igreja de Nossa Senhora do Ó.

História

A Campanha da Fraternidade nasceu na década de 1960, por iniciativa de três padres que trabalhavam na Cáritas Brasileira e planejaram uma campanha para arrecadar recursos a fim de financiar as atividades assistenciais da instituição. Monsenhor Hilário Pandolfo, diretor nacional; padre Edmundo Leising, diretor regional (SP, MG, PR e MT); e monsenhor Aldred Schneider, diretor da Catholic Relief Services (CRS), órgão de assistência social da Conferência Episcopal dos EUA, apresentaram a proposta ao responsável pelo Secretariado Nacional da Ação Social da CNBB, dom Eugênio de Araújo Sales. À época administrador apostólico de Natal, o bispo acolheu a proposta e sugeriu que a primeira CF fosse realizada na arquidiocese de Natal.  

Antes disso, porém, uma iniciativa de monsenhor Expedito Sobral de Medeiros, também na arquidiocese de Natal,  motivou um gesto de solidariedade por jovens da Juventude Agrária Católica, na Semana Santa de 1958, considerado a primeira semente do que mais tarde germinaria como Campanha da Fraternidade.

Em 1962, nasce a CF na arquidiocese de Natal, com a adesão de três dioceses e um apoio financeiro dos bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste brasileiro realizam a CF, gerando uma exitosa experiência pastoral que repercutiu em todo o Brasil.  

Ainda em 1963, no dia 26 de dezembro, o secretário-geral da CNBB, dom Helder Camara, enviou carta circular a todos os bispos comunicando que a CF de 1964 seria em âmbito nacional e teria como tema “Lembre-se você também é Igreja”. A proposta recebeu a adesão de 70 das 184 dioceses instaladas no país até aquele momento. Em 1965, com o tema “Faça de sua paróquia uma comunidade de fé, culto e amor”, a CF foi realizada em 91 dioceses. 

O processo iniciado em 1964 marcou a Igreja no Brasil, tornando-se expressão de comunhão, conversão e partilha. No site de Campanhas da CNBB, esses três sinais são aprofundados: “Comunhão na busca de construir uma verdadeira fraternidade; conversão na tentativa de deixar-se transformar pela vida fecundada pelo Evangelho; partilha como visibilização do Reino de Deus que recorda a ação da fé, o esforço do amor, a constância na esperança em Cristo Jesus (Cf. 1Ts 1,3)”. 

A CF e o Concílio Vaticano II 

No contexto do Concílio Vaticano II, a CNBB estruturou o projeto da Campanha da Fraternidade para levá-lo a todas as dioceses do país. Sob o espírito renovador conciliar, os bispos definiram o que seria a Campanha da Fraternidade para toda a Igreja no Brasil. A partir de 1965, a Cáritas Brasileira e a Campanha da Fraternidade passaram a estar vinculadas diretamente ao Secretariado Geral da CNBB.  

Desde 1967, a CNBB passou a redigir um subsídio mais completo para a Campanha da Fraternidade e ocorrem também os encontros nacionais e regionais da CF. Desde 1970, as campanhas recebem apoio pontifício com uma mensagem do Papa por ocasião da iniciativa da Igreja no Brasil.

Gesto concreto 

Realizado no Domingo de Ramos, o gesto concreto da Campanha da Fraternidade é a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada como um dos gestos concretos de conversão quaresmal e que tem realizado um bem imenso no cuidado para com os pobres. 

Com informações da Pascom Natal

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