A Diocese de Patos (PB) mobilizou, na última quarta-feira (23), uma audiência pública sobre “Fraternidade e Fome”, tema da Campanha da Fraternidade (CF) 2023. A iniciativa reuniu representantes da Igreja, políticos e membros da sociedade civil envolvidos com ações de combate à insegurança alimentar, na Câmara Municipal de Vereadores, de Patos, e cobrou medidas efetivas para solucionar o problema na região.
No estado da Paraíba, 33,8% da população estavam em situação de insegurança alimentar moderada ou grave, em 2021. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Penssan), formada por entidades como Ação da Cidadania, Actionaid, Ford Fundation, Vox Populi e Oxfam. Em todo o Brasil, o número de pessoas famintas passou de 30 milhões.
Durante a audiência pública, o vigário geral da Diocese de Patos, monsenhor João Saturnino, apresentou as ações da Igreja para o enfrentamento da fome como o projeto Prato Cheio, que oferece 1.500 refeições diárias a famílias de três comunidades. O trabalho é desenvolvido desde 2020 em parceria com o governo estadual.
O vereador Zé Gonçalves, autor da proposta da audiência pública, ressaltou que a fome é uma das faces visíveis de um conjunto de problemas sociais a exemplo da desigualdade. “A fome é estrutural, porque se analisarmos a produção de grãos do país e dividirmos com a população, cada brasileiro terá, no mínimo, um quilo de alimento por dia e no caso da carne, seriam dois quilos para cada brasileiro por dia”, disse o parlamentar.
O representante do Projeto de Ação Solidária da Diocese de Patos, José de Anchieta corroborou a constatação do vereador citando a falta de educação, o desequilíbrio familiar e mais, recentemente, a epidemia das drogas como dramas humanos relacionados à fome. “Quando uma família não tem o que comer, certamente é porque nesta família existem várias outras necessidades”, afirmou Anchieta.
Com a audiência pública, segundo o padre José Elielton, a Igreja mais uma vez cumpre o seu papel profético. “O objetivo da Igreja, ao lançar a reflexão sobre a fome é, antes de tudo, sensibilizar a sociedade para o problema que se impõe, pois de fato há um flagelo, um drama que milhões de pessoas vivem e enfrentam dia após dia”, afirmou o sacerdote.
Com informações Pascom Patos
Fotos: Câmara Municipal de Patos