Bispos, arcebispos e lideranças pastorais da Igreja no Nordeste se reuniram com governadores e representantes dos estados da região, na última sexta-feira (21). O grupo apresentou a “Carta das Pastorais Sociais, Cebs, Organismos e Movimentos Sociais” com proposições para a retomada da economia e a garantia dos direitos humanos a partir de quatro eixos de ação.
Entre as autoridades civis, que participaram do evento virtual promovido no âmbito da 6ª Semana Social Brasileira, estavam o governador do Maranhão, Flávio Dino, o governador do Piauí, Wellington Dias, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, e a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos.
A Carta das Pastorais Sociais, Cebs, Organismos e Movimentos Sociais propõe a união de esforços diante do desmonte das políticas públicas que vem sendo empreendido pelo Governo Federal. O documento destaca as condições precárias do campo, mas também as fragilidades da população mais pobre das cidades.
“São grupos sociais historicamente marginalizados que vem vivenciando com esse governo a erosão das suas bases e de seus modos de vida pelo cerceamento de seus territórios. Temos alertado sobre a gravidade dos problemas que, por sua vez, são reforçados por essa agenda de devastação ambiental do governo Bolsonaro com suas autoritárias estratégias de desmonte”, diz a carta.
O documento apresentado pela Igreja e pelos movimentos sociais ainda chama a atenção para o aumento da fome, problema que aflige não apenas o Nordeste, mas todo o Brasil. Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN) revelam que menos da metade dos domicílios brasileiros (44,8%) tinha Segurança Alimentar. Dos demais, 55,2% que se encontravam em Insegurança Alimentar (IA), 9% conviviam com a fome, ou seja, sendo pior essa condição entre as famílias das áreas rurais (12%).
Diante da grave situação, a carta sugere que sejam tomadas medidas urgentes a começar pela garantia da segurança alimentar da população, priorizando a agroecologia, a pesca artesanal e a sustentabilidade do meio ambiente. No segundo eixo, o documento faz a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e reivindica mais vacinas contra o coronavírus.
Por fim, nos eixos 3 e 4 a carta reforça a importância da ampliação da renda básica e o fortalecimento da economia solidária, além da garantia dos direitos humanos e a implantação de um cultura de paz da cidade ao campo.
>> Leia a íntegra da Carta das Pastorais Sociais, Cebs, Organismos e Movimentos Sociais