Há exatos 145 anos, o Servo de Deus dom Vital Maria de Oliveira fazia a sua páscoa definitiva. A data será lembrada com a celebração da Santa Missa, presidida pelo administrador apostólico da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE), dom Fernando Saburido. A liturgia está marcada para às 19h, na Igreja Catedral Santíssimo Salvador do Mundo, em Olinda, com transmissão ao vivo pela internet.
Além de reunir membros do clero arquidiocesano e fiéis leigos e leigas, espera-se também um bom número de religiosos e religiosas, em especial dos franciscanos capuchinhos na missa em memória do primeiro bispo da ordem, no Brasil. Dom Vital foi o 20º a assumir a cátedra de Olinda em 1871.
Trajetória
Frei Vital de Oliveira nasceu no dia 27 de novembro de 1844 no Sítio Jaqueira do Engenho Aurora, na época território do estado de Pernambuco, hoje município paraibano de Pedras de Fogo. Filho de Antônio Gonçalves de Oliveira e Antônia Albina de Albuquerque, foi ordenado padre no dia 2 de agosto de 1868, aos 23 anos.
Quando completou 26 anos, dom frei Vital Maria foi designado pelo imperador do Brasil, dom Pedro II, para ser o bispo da Diocese de Olinda, no dia 21 de maio de 1871. De início, ele, humildemente, recusou a nomeação, mas recebeu uma carta do papa Pio IX, datada de 23 de janeiro de 1872, animando-o a aceitar o episcopado.
Diante da palavra do Santo Padre, frei Vital decidiu aceitar a nomeação, sendo sagrado bispo na Catedral de São Paulo (SP), por dom Pedro Maria de Lacerda, bispo do Rio de Janeiro (RJ), no dia 17 de março de 1872.
Dom Vital saiu de São Paulo para Pernambuco a bordo do vapor Ceará, desembarcando no Recife em 22 de maio daquele mesmo ano. Foi recebido com solene Te Deum na Igreja do Espírito Santo. Dois dias depois, entrou festivamente na cidade episcopal de Olinda e tomou posse na Sé de São Salvador, estando presente dom Antônio de Macedo Costa, então bispo do Pará.
Conhecido por sua simplicidade, piedade, vida de oração e devoção à Virgem Maria, dom Vital deixou um legado de luta em defesa da fé. Durante seu pastoreio se destacou como defensor da Igreja Católica ao se colocar frontalmente contra a maçonaria.
Por contrariar poderosos da seita, dom Vital foi preso pelo império por alguns meses em 1975. Após muitos protestos dos fiéis e da pressão do Vaticano, a época sobre o papado de Pio IX, dom Vital retornou à Diocese de Olinda em 1876.
O religioso faleceu no dia 4 de julho de 1878, no convento capuchinho de Paris, aos 33 anos, em consequência de um possível envenenamento.
Beatificação e canonização
Os restos mortais de dom Vital encontram-se na Basílica Nossa Senhora da Penha, no centro do Recife. O processo de beatificação e canonização do religioso foi aberto oficialmente em 1953 e retomado em 1992. A fase diocesana foi encerrada em 2003 e a documentação enviada ao Vaticano.
Em 2012, dom Fernando Saburido, entregou a condução da causa aos capuchinhos, acompanhando o processo com informações do vice-postulador, frei Jociel Gomes.
O processo de beatificação e canonização de dom Vital está na fase de redação da Positio – arquivo que resume toda documentação e prova que o Servo de Deus viveu, em grau heróico, as Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade); b) Virtudes Cardeais (Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança); e as Virtudes de Estado Clerical (Pobreza, Humildade, Castidade e Obediência).
Sendo aprovada, a Positio será impressa e remetida às comissões dos teólogos, e dos bispos e cardeais para que a apreciem e deem o seu parecer, a fim de que, futuramente, o Papa Francisco possa declará-lo Venerável.
Observação: Esta oração é para uso pessoal e particular. Em nada se pretende antecipar à autoridade da Igreja, à qual, unicamente, compete pronunciar-se sobre a santidade de Dom Vital.