Na tarde desta quinta-feira, 24 de março, dentro da programação do Conselho Permanente, aconteceu um encontro com representes da Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos, a SBCC. Tratou-se do primeiro encontro de diálogo entre bispos e cientistas. Com intermediação do arcebispo de Goiânia e presidente da Comissão para a Cultura e a Educação da CNBB, dom João Justino, o encontro contou, num primeiro momento, com a apresentação de um breve histórico sobre a SBCC.
O professor e doutor Everthon Oliveira, presidente da SBCC, pôde retomar por meio de uma apresentação em power point, dedicada aos membros do Conselho Permanente, a finalidade pastoral e científica da associação. Disse que o foco é promover o ensinamento social católico nos ambientes e práticas científicas e auxiliar a missão da Igreja por meio do trabalho de pesquisadores.
Na sequência, o professor apresentou alguns dados da ciência brasileira, alegando que o Brasil possui quase um milhão de mestres e doutores, além de 80 mil novos cientistas a cada ano. Também alertou para o fato de que estima-se que há 40 mil pesquisadores católicos atuantes em comunidades eclesiais.
Em sua apresentação, ele também enfatizou a época de criação da SBCC, ocorrida em maio de 2019, em Aparecida (SP), e os serviços oferecidos por ela, tais como apoio voluntário aos trabalhos pastorais da Igreja, serviço à ciência e aos pesquisadores.
Diálogo entre ciência e religião
Já o professor e doutor David Lorenzo, vice-presidente da SBCC, argumentou sobre a necessidade de um diálogo entre bispos e cientistas, e também sobre a importância de um diálogo entre a Igreja e ciência no Brasil. Em seguida, houve a apresentação de um vídeo com testemunhos e, ainda, um espaço dedicado aos próprios bispos para considerações.
O arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, dom Walmor Azevedo de Oliveira ressaltou a importância da SBCC. “Muitos aspectos positivos podemos ressaltar, entre eles, o de saber que há uma movimentação, não a partir dos espaços internos, mas a partir dos centros universitários e escolas, isso é muito interessante e esperançoso e, ainda, refletir a possibilidade de um trabalho juvenil, a partir de jovens como esses que estão aqui na sala”, disse.
O arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa, falou que a iniciativa era sensacional. “Sempre me preocupei com esse diálogo entre a fé a ciência e quando estive no Rio de Janeiro, como bispo auxiliar, iniciamos um grupo de reflexão, com reuniões quinzenais, e daquele grupo saiu a academia do Rio de Janeiro. Muita coisa importante surgiu, como por exemplo, as primeiras séries de publicações – Razões da minha fé; depois análises de conjunturas com ações concretas. Depois outro grupo com docentes”, disse.
Para ele, esse tipo de iniciativa é importante porque “o mundo da academia precisa da Igreja, e depois porque os membros da SBCC podem nos ajudar com qualidade a darmos uma palavra enquanto Igreja à sociedade”.
Ao final das contribuições, o professor Everthon disse que o episcopado tem sido uma grande alegria para os membros da SBCC pela receptividade e grande acolhida. E pediu reforço na divulgação das ações da SBCC nas igrejas particulares. “A nossa grande intenção é fazer o papel de abraçar causas científicas, sem constrangimento por sermos católicos, a partir desse âmbito da academia”, finalizou.
Informes
O segundo bloco da parte da tarde foi dedicado aos informes dos bispos. O presidente da Comissão para a Comunicação da CNBB, dom Joaquim Giovani Mol, falou sobre o início do curso oferecido pela Escola Nacional de Comunicação, da Pastoral da Comunicação (Pascom-Brasil), com aula inaugural no dia 12 de março.
Também na ocasião, o assessor da Comissão de Comunicação, padre Tiago Síbula, falou sobre o 7º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação, previsto para os dias 22 e 24 de julho, em Itaici (SP). O evento será híbrido e as inscrições deverão ser abertas na próxima semana.
Os regionais da CNBB e seus presidentes também deram seus informes. O presidente do Nordeste 2, dom Paulo Jackson, enfatizou as inscrições para o 18º Congresso Eucarístico Nacional, a ser realizado de 11 a 15 de novembro, com o tema “Pão em todas as mesas” e lema “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles” (At 2,46). Outros também falaram sobre suas iniciativas.