A Nunciatura Apostólica no Brasil e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promoveram uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, 21 de abril, sobre os desdobramentos na Igreja após o anúncio do falecimento do Papa Francisco.
O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da Conferência Nacional do Bispos do Brasil (CNBB), dom Ricardo Hoepers, deu início à coletiva lendo um trecho da mensagem da presidência da Conferência:
“Servo bom e fiel entra na alegria do Senhor. A CNBB une-se em orações e preces ao povo de Deus em todo o mundo pelo falecimento de Sua Santidade, o Papa Francisco, peregrino da esperança, pastor humilde e corajoso, testemunha incansável da misericórdia de Deus, que conduziu a Igreja com sabedoria evangélica, compaixão e espírito missionário”.
Um Papa que servia antes de ser servido
Dom Ricardo destacou características que marcaram o pontificado de Francisco: “O primeiro Papa Latino-Americano pastor próximo, simples e atento às periferias. Guiado pelo Evangelho da Misericórdia e sopro do Espírito. Seu primeiro gesto: pedir a oração do povo antes de abençoá-lo. Um papa que servia antes de ser servido. Construtor de pontes entre o Evangelho as dores do mundo. Ensinou-nos que a centralidade da Igreja está nos pobres”, enfatizou.
Dom Ricardo afirmou que o Santo Padre por meio do seu compromisso com a Sinodalidade transformou não apenas o modo de governar mas também o modo de viver a fé no nosso tempo. “O Papa Francisco apontou, na Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, em 2013, sua primeira viagem apostólica, para uma Igreja em saída, corajosa, em saída missionária”, afirmou.
Dom Ricardo destacou o afeto do Papa Francisco pelo povo brasileiro e lembrou que o Santo Padre, por meio dos documentos que publicou em seu magistério, foi uma bênção para nosso tempo. “Com o seu magistério, Francisco reavivou o frescor do concílio Vaticano II. Nos seus gestos, lavando os pés de presos, acolhendo migrantes, abraçando doentes o mundo viu a face do bom pastor. O secretário-geral da CNBB destacou ainda a dor e a angústia do Papa diante das guerras e conflitos do presente, o que ele classificou, em diversas ocasiões, como a “terceira guerra mundial em pedaços”.
“Como Igreja no Brasil queremos expressar nossa tristeza e, ao mesmo tempo, renovar da nossa fé. Neste tempo pascal, queremos render graças ao Senhor pelo testemunho luminoso que o Papa Francisco ofereceu ao mundo”, disse.

Ensinou a todos a viver os valores do Evangelho
Núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, anunciou com profunda dor a morte do Papa e afirmou que o toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e à sua Igreja.
De acordo com o Núncio, o Papa ensinou a todos a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados . “Com imensa gratidão pelo seu verdadeiro exemplo de discípulo de nosso Senhor Jesus entregamos a alma do Papa a Deus”, disse.
Dom Giambatista relembrou que o Brasil foi o primeiro país visitado pelo Papa Francisco após ser eleito Papa. “A partida do Papa Francisco ocorre no mesmo dia em que a Igreja celebra na liturgia o anúncio da Ressurreição. De todo Brasil estão chegando notícias de celebrações litúrgicas em sufrágio pela alma de Francisco”, reforçou.
O secretário-geral destacou que a Igreja no Brasil e no mundo viverá agora um período próprio para o luto com o funeral e o sepultamento. Só após isto, segundo ele, se falará em Conclave. Após a coletiva, o secretário-geral da CNBB e o Núncio Apostólico no Brasil responderam às perguntas dos jornalistas presentes na coletiva.
Também participaram da coletiva, cuja condução foi do assessor de comunicação da CNBB, o padre Arnaldo Rodrigues, o subsecretário geral da CNBB, padre Leandro Megeto, e o monsenhor Gabriele Pesce da Nunciatura Apostólica no Brasil.
Confira a íntegra da cobertura aqui:
Fonte: CNBB