“É preciso repensar modelos de desenvolvimento que desconsideram a Casa Comum”, afirma dom Jaime

O Papa Francisco salientou que “cada comunidade recebe da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de protegê-la e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras.” Na data em que se celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, o apelo permanece atual e o clamor continua para que não se transgrida o justo equilíbrio que sustenta o convívio entre seres humanos, plantas e animais.

O arcebispo de Porto Alegre e atual presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, salientou em um artigo publicado que é preciso “repensar modelos de desenvolvimento que desconsideram o cuidado para com a casa comum e os parâmetros de sustentabilidade”.

“O território brasileiro é rico pela diversidade da fauna e da flora. A “terra adorada”, como cantada no Hino Nacional, necessita de cuidado e proteção. A exploração e a gestão dos recursos naturais demandam ética, responsabilidade social e fiscalização. É tarefa do poder público regular e fiscalizar com determinação, sem demonizar quem disso se ocupa. Mas não só! Urge somar os melhores esforços para elaborar novas formas de economia e finanças, cujas práticas e regras estejam voltadas ao progresso do bem comum, sejam respeitosas da dignidade humana e expressem cuidado para com a Casa Comum”, salientou o arcebispo.

Dom Jaime Spengler, atual presidente da CNBB

Gestão e proteção ambiental 

Segundo o presidente da CNBB, a gestão e proteção ambiental representam um desafio a todos que se preocupam com as condições necessárias para deixar o mundo um pouco melhor para as futuras gerações. “Requerem contínuo acompanhamento técnico e medidas socioeducativas”, frisou.

“O cuidado e a proteção do meio ambiente expressam respeito à vida das pessoas e do planeta. O apregoado desenvolvimento sustentável não pode ser promotor de devastação e morte”.

Dom Jaime, na ocasião, recordou o dia em que o estado de Minas Geras chorou pelo desastre de barragens em Brumadinho. E reiterou que o que ocorreu não foi acidente nem desastre natural. “Foi, sim, expressão contundente de um poder que destrói e mata”.

“A gestão e a exploração dos recursos naturais, dos quais o território brasileiro é rico, necessitam de políticas ambientais sérias e controle rígido. Também a imprensa e a sociedade possuem o dever e o direito de monitorar comportamentos danosos de atores econômicos”.

Por fim, o arcebispo salienta que não se pode compactuar com formas de exploração dos recursos naturais que gerem pobreza, sofrimento e morte. “Não se pode transcurar a índole da pessoa humana possuidora de uma índole relacional e uma racionalidade em perene busca de um ganho e de um bem estar que sejam integrais, não reduzíveis a uma lógica de consumo ou aos aspectos econômicos da vida (cf. Oeconomicae et pecuniariae questiones)”.

Junho Verde

Para marcar a data e mobilizar à sociedade para a importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos foi criado o ‘Junho Verde’, uma campanha que institui a celebração do mês temático como parte das atividades educativas na relação com o meio ambiente. Esse projeto foi proposto ao Congresso Nacional pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e virou lei.

Com o número 14.393/2022, a lei altera a Política Nacional de Educação Ambiental e segundo o texto sancionado, tem como objetivo “desenvolver o entendimento da população acerca da importância da conservação dos ecossistemas naturais e de todos os seres vivos e do controle da poluição e da degradação dos recursos naturais, para as presentes e futuras gerações”.

Fonte: CNBB
Foto de capa: Pixabay

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