Na tarde chuvosa da última terça-feira, dom Limacêdo Antônio, bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife e presidente da Pastoral para a Ação Social Transformadora (Pastorais Sociais), visitou o presídio de Vitória de Santo Antão (PVSA). O presídio encontra-se localizado no município que faz parte da Região Metropolitana do Recife e tem capacidade para 96 detentos, mas acolhe atualmente a cerca de 700 presos. Apesar da lotação acima da capacidade da unidade prisional, o cenário encontrado pela Pastoral Carcerária da Arquidiocese e por dom Limacêdo foi de tratamento digno, humanizado e inclusivo com os detentos.
A direção do presídio de Vitória de Santo Antão, senhor Emanoel França de Lima, recebeu o bispo auxiliar e guiou o grupo pelas instalações do presídio, mostrando os consultórios odontológico, médico, biblioteca, escola e área de convivência (quadra poliesportiva). O coordenador da Pastoral Carcerária da Arquidiocese, Lenilson Freitas, esteve presente na visita e salientou que é importante fazer a distinção entre penitenciária (local onde o preso cumpre a pena, após a sentença ser dada pelo juiz) e presídio (a unidade prisional onde o detento aguarda pelo julgamento e sentença). No PVSA existem cerca de trinta agentes da Pastoral Carcerária que prestam assistência religiosa na unidade.
A visita ao presídio de Vitória teve como objetivo dom Limacêdo conhecer a realidade do cárcere e acompanhar o trabalho da Pastoral Carcerária naquela região. O bispo auxiliar visitou pavilhões onde os presos cumprem regime de maior disciplina, conversou e rezou com os detentos. O coordenador da Pastoral Carcerária na Arquidiocese, Lenilson Freitas, avaliou a visita como bastante positiva, devido à participação dos detentos nas preces e ao tratamento digno e humanizado que eles vêm recebendo aqui. “Quando o ser humano é considerado em suas particularidades, recebe tratamento humanizado, a chance de ressocialização é maior. Ficamos aliviados em encontrar aqui um cenário que favorece a transformação e a recuperação do indivíduo”, destaca Lenilson.
No espaço ecumênico, os representantes de seis denominações religiosas revezam-se prestando assistência religiosa aos detentos. Conforme informou o diretor, a escola do presídio funciona nos três turnos (manhã, tarde e noite) e dos 700 detentos, cerca de 300 estão matriculados na escola. Ciente das limitações e das condições que infelizmente levam as pessoas ao cárcere em virtude de situações de delinquência, Emanoel explica que periodicamente a equipe do presídio, formada por psicóloga, assistente social e educadores faz um censo dentre os encarcerados. Foi verificado que do universo de 700 detentos, aproximadamente 100 são analfabetos, oriundos de regiões de sítios e áreas agrícolas. Também foi verificado que cerca de 60 presidiários da unidade não recebem visita ou apoio de familiares, situação que exige um acompanhamento do setor psicossocial e ação da Pastoral Carcerária. Em resposta a esta fragilidade, o diretor do presídio articula sistematicamente com a Pastoral Carcerária campanhas para arrecadar roupas e artigos de higiene pessoal para serem canalizadas a este público específico. Após a visita aos pavilhões e celas, dom Limacêdo, os membros da Pastoral Carcerária e os funcionários dos PVSA participaram de um encontro no espaço ecumênico da unidade, para a distribuição dos kits de higiene aos presos. Na ocasião, dom Limacêdo dialogou com os detentos e rezou junto com eles. O bispo auxiliar partilhou um pouco de suas experiências como pastor e deixou a seguinte mensagem: “A vida é um dom muito precioso. Aproveitem as oportunidades de estudo e de aprendizado oferecidas aqui no presídio. Deus nos ama do jeito que somos”, concluiu dom Limacêdo.
(Pascom Arquidiocese)