Dom Limacêdo, referencial para as Pastorais Sociais na CNBB NE 2, visita área de conflito no litoral sul de PE

A Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora da CNBB Nordeste 2 está acompanhando novas denúncias de construções irregulares e tentativas de privatização de praias, no município de Ipojuca, em Pernambuco. As medidas tomadas por proprietários de casas de veraneio têm colocado em risco o equilíbrio ambiental e a sobrevivência de comunidades tradicionais no litoral sul do estado.

Na última quarta-feira (19), o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE) e presidente da Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora, dom Limacêdo Antonio da Silva, esteve no Pontal de Maracaípe e constatou as queixas dos pescadores. No local, há cercas e muros de arrimo que impedem o fluxo entre o mar e o rio.

“A situação é muito séria. Assim como Jesus, que acompanhou os pescadores e sensibilizou com a situação deles, inclusive, chamou alguns para segui-lo, é nossa tarefa também termos sensibilidade para com esses irmãos que merecem ter a sua dignidade reconhecida. A Igreja não pode se ausentar, tem que ser solidária contribuindo para que todos os filhos de Deus tenham direito ao pão”, afirmou dom Limacêdo.

Dom Limacêdo Antonio visitou a área de conflito, no litoral sul de Pernambuco

A visita pastoral contou com a participação da articuladora da Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora, Vivian Santana, e do responsável pelas Pastorais Sociais da Arquidiocese de Olinda e Recife, diácono Ítalo Maciel. A comitiva também foi acompanhada por assessores parlamentares e representantes de movimentos sociais.

“Na ocasião, foi feita uma escuta sobre o conflito, a comunidade pôde socializar os encaminhamentos já dados e atualizações. Um momento especial do encontro foi a caminhada até o Pontal de Maracaípe, onde foi possível ver de perto as cercas e o muro que impedem o acesso das pescadoras, pescadores e marisqueiras de executarem suas atividades pesqueiras”, disse o coordenador do Conselho Pastoral dos Pescadores da CNBB Nordeste 2 (CPP NE 2), Rubem Tavares.

Entenda o conflito

Há mais de 20 anos, segundo o CPP NE 2, a família Fragoso constrói barreiras na restinga de Maracaípe e a comunidade pesqueira vem enfrentando opressão sistemática, com a participação conivente de autoridades municipais e estaduais. Mesmo com placas identificando a área como de preservação ambiental, a família Fragoso recebeu autorização para suprimir a restinga, derrubar barracas de comércio e construir mais um muro de arrimo, provocando indignação na comunidade local. 

Em maio deste ano, outra obra de contenção do avanço do mar começou a ser feita em frente à mansão da família Fragoso. Em resposta, pescadores e pescadoras artesanais, juntamente com comerciantes, tentaram impedir a construção, resultando em um confronto envolvendo a Polícia Ambiental e representantes da Prefeitura de Ipojuca. Infelizmente, alguns pescadores foram machucados durante o ato.

Com informações da Assessoria de Comunicação do CPP Nacional
Fotos: CPP NE 2

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