Na manhã desta segunda-feira, 04/02, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antonio da Silva, presidiu a celebração Eucarística em Ação de Graças pelo centenário do nascimento do professor Fernando Figueira, fundador do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip). A Santa Missa foi celebrada na capela Nossa Senhora das Graças, no interior do hospital Pedro II, bairro dos Coelhos, Recife. Funcionários do Imip, estudantes da área de Saúde, amigos, familiares e autoridades do Estado e Prefeitura do Recife compareceram a esta que foi uma das inúmeras homenagens ao médico, professor e pesquisador que dedicou sua vida à medicina social integrada. A expressiva contribuição que Fernando Figueira deu à Saúde Pública de Pernambuco e do Brasil pode ser verificada na forma de políticas públicas de saúde adotadas, até hoje, pelo Ministério da Saúde. O médico e ex-secretário estadual de Saúde de Pernambuco faleceu em abril de 2003.
Em sua homilia, dom Limacêdo Antônio, lembrou que o criador do Imip, com o seu exemplo de vida, tocou nas chagas de Cristo e enfrentou os desafios existentes da época. “O professor Fernando Figueira acreditou no ser humano, especialmente nos mais vulneráveis. Esta casa, o Imip, defende a vida. Bendito seja Deus, que capacitou este professor e lhe concedeu esta bela missão aqui em Pernambuco. Que cada um de vocês possa dar continuidade ao seu legado”, destacou o bispo auxiliar.
De acordo com a atual presidente do Imip, Silvia Rissin, o maior desafio para manter acesa a chama de solidariedade deixada pelo professor Figueira é continuar seguindo os ensinamentos dele, para gerar um atendimento inclusivo, de qualidade e humanizado para as mais de seis mil pessoas que diariamente são atendidas no Imip. “O professor Figueira costumava dizer que se ensina pelo exemplo”, concluiu a presidente.
No início da década de 1970, Fernando Figueira teve oportunidade de atuar como Secretário Estadual de Saúde de Pernambuco. Sem dúvidas, o espectro de coragem, de pioneirismo e de gestão inovadora fizeram uma verdadeira revolução na Saúde Pública de Pernambuco, com repercussões positivas para todo o Brasil. Além da construção do Imip, em 1960, Fernando Figueira foi o responsável pela criação da 1ª Regional de Saúde, criação do 1º Código Sanitário de Pernambuco, criação da Fundação de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), reestruturação do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe) e criação do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Foi também Presidente da Sociedade de Medicina de Pernambuco e, em 1970, fundou com outros colegas a Academia Pernambucana de Medicina. Debruçado sobre a saúde infantil, o prof. Fernando Figueira foi um grande incentivador do aleitamento materno e desenvolveu ainda, em 1994, em Pernambuco, o método Mãe Canguru, adotando soluções simples em favor da vida de bebês prematuros. O método Mãe Canguru consiste em deixar a criança prematura se aquecer no corpo da mãe, como se fosse uma incubadora, durante o período pós-natal. Este método, pioneiro no Brasil, foi adotado pelo Ministério da Saúde, como política pública de saúde nacional, no ano de 2000. Ao longo de 63 anos dedicados à medicina, o professor Figueira implantou serviços pioneiro na pediatria e no aleitamento materno, lutou pelo incentivo à amamentação e revolucionou a atenção aos recém-nascidos prematuros.
Caminhando pelos corredores do complexo médico-hospitalar do Imip, é possível encontrar nos rostos dos pacientes e familiares, a satisfação pelo atendimento digno e responsável. O espírito de empatia e de doação para com os mais necessitados é o ensinamento que permanece neste centenário do professor Fernando Figueira.
(Pascom Arquidiocese)