O bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife e presidente da Comissão Regional Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB NE2, dom Limacêdo Antonio da Silva, é o representante do Nordeste no Grupo de Trabalho (GT) Pacto pela Vida e pelo Brasil. O GT é uma instância que irá dinamizar as ações do compromisso assumido no dia 7 abril deste ano pela CNBB e outras entidades diante da pandemia do novo coronavírus.
Além de dom Limacêdo, a nova equipe é composta por mais quatro bispos, cada um representante de uma das grandes regiões do Brasil. O grupo recém-criado integra a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB.
Segundo o bispo de Lages (SC) e presidente do GT, dom Guilherme Antônio Werlang, o Pacto pela Vida e Pelo Brasil preocupa-se com a defesa de toda a vida, não apenas com a vida humana, mas também com a vida do planeta (água, terra e biomas).
O presidente do GT aponta que o Pacto assume um compromisso público com as políticas públicas, garantidas pela Constituição, que estão sendo desmontadas no Brasil, especialmente na área ambiental que tem como resultado as queimadas na Amazônia e no Pantanal.
“Nós somos convocados a enfrentar e a confrontar a grande cultura de morte que existe há muito tempo e que vem se acentuando. Esta cultura da morte se expressa em todos os campos da vida social (pelo modelo econômico neoliberal, uma política econômica que mata e coloca o lucro acima da vida). Em nome deste modelo econômico, mata-se a nossa Casa Comum, mata-se as pessoas. Temos todos os anos recordes de produção de alimentos no Brasil e no mundo e, no entanto, cresce todos os anos o número de famintos e pessoas que passam fome. Alguma coisa está errada”, disse.
Segundo dom Guilherme, a Igreja Católica e os cristãos católicos, a partir do Evangelho e dos exemplos de Jesus Cristo, não podem ficar de braços cruzados e calados frente à esta realidade. “Nós somos desafiados pelo Evangelho e conclamados por Jesus Cristo a tomarmos posições corajosas, necessárias e urgentíssimas”, disse.
Motivadas pelo contexto da pandemia do novo Coronavírus, as entidades signatárias do Pacto pela Vida e pelo Brasil buscaram uma ação propositiva para a “grave crise” enfrentada pelo Brasil – sanitária, econômica, social e política. O Pacto afirma que a realidade exige de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corresponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particularmente dos mais pobres e vulneráveis.
O documento propõe ainda que entre em cena no Brasil “o coro dos lúcidos, fazendo valer a opção por escolhas científicas, políticas e modelos sociais que coloquem o mundo e a nossa sociedade em um tempo, de fato, novo”. O Pacto foi assumido inicialmente por quatro organizações e assinado por mais de 100 organizações brasileiras. Confira a íntegra do Pacto pela Vida e pelo Brasil aqui.
“Somos conclamados a dar passos significativos de uma nova cultura: a cultura da proteção, promoção e defesa da vida em todos os sentidos. Temos que nos conscientizar que a vida humana não pode existir sem a proteção da vida das águas, sem a vida da terra, sem a vida dos micro e macro organismos. Se continuarmos matando a terra, estaremos nos condenando a morte, a nós mesmos”, afirmou.
O Grupo de Trabalho Pacto pela Vida e pelo Brasil tem os seguintes membros:
− Centro Oeste – Dom Neri José Tondello, bispo de Juína (MT)
− Leste – Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, bispo de Campos dos Goytacazes (RJ)
− Nordeste – Dom Limacêdo Antônio da Silva, bispo auxiliar de Olinda e Recife (PE)
− Norte – Dom Mário Antônio da Silva, bispo de Roraima e segundo vice-presidente da CNBB
− Sul – Dom Guilherme Antônio Werlang, bispo de Lages (SC), presidente do GT
O presidente do GT disse que os próximos passos são realizar uma reunião on-line entre os cinco bispos nomeados e a Comissão para a Ação Sociotransformadora da CNBB. Um de seus papeis é procurar fortalecer a articulação das entidades signatárias do Pacto e as mais de 100 organizações que aderiram a ele e com os princípios que defende.
O objetivo do GT é também definir uma metodologia e agenda de trabalho comum tendo em vista o avanço nas propostas que defendem o pacto e o fortalecimento de um grande diálogo social pela vida e pelo Brasil.