Na próxima sexta-feira, 1º de dezembro, será celebrado o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Pessoas em todo o mundo se unem para demonstrar apoio às pessoas que vivem com HIV, exigir comprometimento dos governos no enfrentamento da epidemia e apresentar as iniciativas que a sociedade civil e outras organizações estão implementando com a finalidade de vencer a Aids.
Desde sua fundação, a Pastoral da Aids assumiu o primeiro de dezembro como uma data significativa do seu engajamento. Neste ano, além de chamar a atenção para a necessidade de que as organizações e movimentos de luta contra a Aids serem protagonistas no enfrentamento da epidemia, deseja lembrar que todos têm sua parcela de contribuição. Isso é expresso no slogan da campanha: “O fim da Aids depende também de você”.
“É que só chegaremos ao fim da Aids se todos assumirem a responsabilidade com a prevenção e, ao mesmo tempo, com a divulgação de informações que sensibilizem para o cuidado, educação e a preservação universal dos direitos humanos”, salienta a Pastoral da Aids.
A Pastoral da Aids está organizada em 16 regionais da CNBB com agentes e equipes de coordenações em mais de 175 dioceses.
Deixem as comunidades liderar
Para este ano de 2023, a Unaids, órgão das Nações Unidas responsável pelas políticas de enfrentamento do HIV, está propondo a valorização das comunidades como meio de chegar mais facilmente ao fim da aids. É que, apesar de haver condições para acabar com a Aids, infelizmente continua-se assistindo infecções e mortes todos os dias.
Por isso, para a Unaids, as organizações, movimentos e representantes das comunidades que vivem com HIV e daquelas que estão em risco de contágio ou afetadas pelo vírus, devem liderar a resposta ao HIV. Essas comunidades conectam as pessoas aos serviços de saúde, constroem confiança, inovam e monitoram a implementação de políticas e serviços.
Mas as comunidades estão sendo impedidas de exercer esse papel de liderança. A falta de financiamento, os obstáculos criados por políticas e leis, o desrespeito à sociedade civil e aos direitos humanos de comunidades marginalizadas obstruem o progresso dos serviços de prevenção e tratamento do HIV. Se esses obstáculos forem removidos, as organizações comunitárias podem ser ainda mais efetivas na resposta global ao HIV, avançando rumo ao fim da Aids. De acordo com Winnie Byanyima, diretora executiva do UNAIDS, “o fim da Aids é possível, está ao nosso alcance, mas para chegar lá, é preciso deixar as comunidades liderar”.
Por isso, nesse ano o Dia Mundial de Luta contra a Aids, além de celebrar as conquistas das comunidades, será um apelo para que sejam capacitadas e apoiadas em seu papel de liderança. Nesse sentido, é importante que as lideranças comunitárias sejam integradas nos planos e programas de HIV e tenham recursos econômicos para financiar suas atividades junto às populações mais afetadas.
Por outro lado, as lideranças políticas devem fazer esforço para revogar leis que prejudicam as populações mais vulneráveis e instituir leis que favoreçam a organização popular e deem acesso aos direitos de forma plena. A flexibilização das patentes dos medicamentos usados para o HIV diminuiria o impacto financeiro do tratamento sobre o SUS, por exemplo.
Importância da celebração do 1º de dezembro
“O Dia Mundial da AIDS permanece tão relevante hoje como sempre foi. Lembra sociedade e governos que o HIV não desapareceu. Ainda é necessário aumentar o financiamento para a resposta à Aids, para aumentar a consciência do impacto do HIV na vida das pessoas, para acabar com o estigma e a discriminação e para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com o HIV”, salienta a Pastoral da Aids.
Fonte: CNBB com informações da Pastoral da Aids