Neste dia 22 de março recorre o Dia Mundial da Água. A organização “Save the Children” denuncia que entre as principais causas de mortalidade infantil, encontram-se as doenças contraídas pela água e um escasso acesso a este precioso recurso e a serviços higiênico-sanitários inadequados.
Cidade do Vaticano – Entre as principais causas de mortalidade infantil encontram-se as doenças contraídas pela água e um escasso acesso a este precioso recurso e a serviços higiênico-sanitários inadequados. A denúncia é da ONG “Save the Children”, na véspera do Dia Mundial da Água, celebrado neste 22 de março.
Se em nível global quase 1 pessoa em cada 3 – o que representa 2,1 bilhões – não tem acesso a uma fonte segura de água e 1 em cada 9 a serviços higiênicos, a água contaminada é, de fato, um dos maiores vetores de doenças como o cólera, a disenteria, o tifo, a poliomielite e a diarreia.
Somente esta última – revela a organização que desde 1919 luta para salvar a vida das crianças e garantir a elas um futuro – provoca a cada dia a morte de 1.000 crianças com idade abaixo dos cinco anos.
“Atualmente, 159 milhões de pessoas coletam água de lagos, poços e rios, e até 2025 metade da população mundial viverá em áreas onde ela é escassa. É necessário portanto, realizar o máximo de esforços para garantir ao maior número possível de pequenos o acesso com condições de segurança a este essencial recurso e a serviços higiênico-sanitários de base. É inadmissível que a cada ano, centenas de milhares de crianças morram devido a patologias que podem ser facilmente prevenidas, contraídas por meio da água”, declarou Daniela Fatarella, vice-diretora geral da “Save the Children”.
Ao risco ligado ao consumo direto de água contaminada, somam-se também aqueles ligados à falta de práticas de higiene que, onde a água é escassa, não são considerados uma prioridade, como por exemplo, lavar as mãos, uma prática que se levada em consideração poderia diminuir a diarreia infantil em 53% e a pulmonite em 50%.
No sul da África, em particular, a seca – unida aos conflitos endêmicos da região – fez com que em 2017 fosse registrada a maior carestia dos últimos anos.
A impossibilidade de cultivar e a morte da criação pela falta de água, levaram a uma gravíssima insegurança alimentar que atingiu 21 milhões de pessoas na Somália (1,2 milhões de desnutridos), Etiópia (com 3 milhões de crianças e mulheres grávidas ou em fase de amamentação desnutridas, das quais 333.500 crianças com desnutrição aguda), Quênia (cerca de 483.000 crianças desnutridas) e Sudão do Sul (1,8 milhões de crianças e mulheres grávidas ou em fase aleitamento, desnutridas).
Em 2017, foram registrados mais de 131.200 casos de diarreia aguda e cólera na Etiópia, Somália e Quênia.
“Os efeitos da seca nas crianças são devastadores e não se limitam aos riscos sanitários: nos países atingidos de modo mais intenso por este fenômeno – como a Somália – o nível de stress ao qual a população é submetida, faz crescer o nível de violência e de abusos”.
“A exigência de contribuir de todas as maneiras à subsistência da família, ademais, leva muitas vezes à separação das famílias, à exploração dos menores e à sua saída do sistema educativo. O futuro destas crianças, assim, estaria comprometido”, concluiu Daniela Fatarella.
(Fonte: site Vatican News/ Fotos: AFP or licensors)