O Papa Francisco participou, de forma virtual, da Cúpula Mundial da Ambição Climática deste sábado (12) por ocasião do aniversário do histórico Acordo de Paris. A França organiza o evento on-line, junto com o Reino Unido e a ONU, e colaboração do Chile e da Itália, evento que reúne todos os Estados signatários que são convidados a apresentar planos ambientais atualizados diante do aquecimento global.
A cúpula acontece antes da COP 26, a grande conferência das Nações Unidas sobre o clima prevista para novembro de 2021 em Glasgow, na Escócia.
Na mensagem em vídeo, o Papa começou enaltecendo que a atual pandemia e as mudanças climáticas têm um significado não apenas ambiental, mas ético, social, econômico e político, e afetam, “acima de tudo, a vida dos mais pobres e frágeis”. Por essa razão e reforçando o pedido da Secretaria de Estado do Vaticano pela promoção de “uma cultura do cuidado”, divulgado em mensagem do cardeal Pietro Parolin da última quinta-feira, 10, o Papa exortou:
“Desta forma, invocam a nossa responsabilidade de promover, através de um compromisso coletivo e solidário, uma cultura do cuidado que coloque ao centro a dignidade humana e o bem comum.”
O Papa, então, destacou a importância de adotar medidas “que não podem mais ser adiadas”, como “uma estratégia que reduza as emissões líquidas a zero (net-zero emission)”, objetivo que a Santa Sé procura buscar em duas frentes: reduzir as emissões líquidas antes de 2050 e promover uma educação para a ecologia integral.
Redução de emissões líquidas
“O Estado da Cidade do Vaticano se compromete a reduzir a zero as emissões líquidas antes de 2050, intensificando os esforços de gestão ambiental, já em andamento há alguns anos, que permitem o uso racional de recursos naturais como a água e a energia, a eficiência energética, a mobilidade sustentável, o reflorestamento e a economia circular inclusive na gestão dos resíduos.”
Promoção da ecologia integral
Na mensagem em vídeo, o Papa também citou o “Pacto Educativo Global” e a “Economia de Francisco” como duas iniciativas do Vaticano para promover a ecologia integral em escolas e universidades católicas em todos os continentes, e através de jovens economistas e empreendedores que inspirem novos caminhos no cuidado de bens comuns, com o uso apropriado de tecnologias avançadas:
“A Santa Sé se empenha em promover uma educação para a ecologia integral. As medidas políticas e técnicas devem ser combinadas com um processo educacional que favoreça um modelo cultural de desenvolvimento e sustentabilidade centrado na fraternidade e na aliança entre o ser humano e o meio ambiente. […] Chegou a hora de uma mudança de rumo. Não roubemos das novas gerações de esperança em um futuro melhor.”