CPT NE2 atua em conflito agrário e mobiliza reunião de conciliação em Pernambuco

A Comissão Pastoral da Terra da CNBB Nordeste 2 (CPT NE2) está acompanhando mais um conflito agrário em Pernambuco. Desta vez o organismo foi acionado por famílias posseiras de Itambé, cidade que fica na zona da Mata Norte a 88 quilômetros do Recife. Os camponeses denunciaram que tiveram suas lavouras destruídas por tratores e sofreram ameaças de despejo por parte de representantes da Usina São José.

As violências aconteceram na terça-feira (3) nas terras do Engenho São Bento – parte da massa falida da Usina Maravilhas que foi arrematada em leilão pela Usina São José. De acordo com a CPT NE2, a justificativa dada aos agricultores seria de que havia uma ordem judicial de reintegração de posse. No entanto, após a chegada dos agentes da comissão a versão apresentada era de que os proprietários da usina estariam interessados em comprar as terras dos posseiros.

“Ficou claro que a intenção, na verdade, era passar o trator por cima de todas as lavouras. Então, a Polícia Militar foi acionada pela CPT NE2 para mediar o conflito e propôs que a usina não trabalhe à noite, mas somente pela manhã nos locais sem lavouras”, informa a CPT NE2.

Agricultores e agricultoras temem perder tudo | Foto: Edinaldo Tavares

Mediação

Diante do impasse, a CPT NE2 conseguiu garantir, por meio do Programa de Prevenção de Conflitos Agrários Coletivos do Estado de Pernambuco (PPCAC) e a Casa Civil do governo estadual segurança à comunidade do Engenho São Bento.

Outro resultado da atuação da Igreja no conflito, foi a garantia da realização de uma reunião, na próxima segunda-feira (9), entre representantes da Usina São José e os posseiros do Engenho São Bento. O compromisso, que inclui a suspensão do uso de tratores próximo às lavouras dos agricultores, foi firmado entre os advogados das partes na delegacia de Polícia Civil.

“Até o momento, parte das roças já foi afetada pela ação ilegal da usina São José, que alega ter arrematado o imóvel rural em leilão, mas não apresenta liminar de reintegração de posse. Os agricultores e as agricultoras temem que tudo que construíram por décadas seja destruído, inclusive suas moradias”, diz a CPT NE2.

Foto de capa: Equipe CPT Mata Norte (PE)

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