Uma iniciativa apoiada pelo Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) – composto com recursos arrecadados nas missas do Domingos de Ramos de 2019 – tem possibilitado que pessoas em situação de rua na Paraíba tenham acesso a medicamentos e produtos naturais durante a pandemia do novo coronavírus.
O projeto Vida em Movimento, que há três anos produz fármacos fitoterápicos, passou a destinar sua produção exclusivamente à população que vive nas ruas da capital paraibana. De domingo (22) até esta quarta (25), mais de 1.100 pessoas receberam sabonetes e xaropes feitos com ervas medicinais.
Os itens são incluídos em kits de higiene entregues aos desabrigados em um trabalho da Arquidiocese da Paraíba que conta com o apoio do Governo da Paraíba. A ação também garante o fornecimento de três refeições diárias aos beneficiários e atendimento médico.
“A tosse é a principal problema de saúde desses irmãos que, como eles dizem, passam as noites ao relento, no frio. Nosso objetivo é ajudá-los a tratar essa enfermidade e também dar com o sabonete a possibilidade de higienização neste momento de pandemia para que não adoeçam [da Covid-19]”, explica o secretário-executivo da Ação Social Arquidiocesana da Paraíba (ASA), padre Egídio de Carvalho Neto.
De acordo com o sacerdote, mais 1.100 sabonetes e xaropes serão entregues na próxima semana. “São itens que valem ouro para essas pessoas que necessitam de cuidados, pois quando adoecem não têm acesso ao sistema de saúde”, afirma.
HIV
O Vida em Movimento nasceu a partir do trabalho de uma casa de passagem mantida pela Arquidiocese da Paraíba para pacientes com HIV. O local oferece atendimento psicológico e alimentação para cerca de 200 soropositivos.
“Com um tempo percebemos que a maior dificuldade dessas pessoas era a reinserção social e aquisição de renda, foi quando surgiu a produção dos sabonetes e remédios naturais. Parte do que vendem fica para eles outra metade é destinada à doação”, conta padre Egídio.
Toda produção, que inclui também sabão comum para uso doméstico, é acompanhada por profissionais da área de saúde especializados em fitoterapia. Os itens são fabricados graças a doações, principalmente de óleo de cozinha. No ano passado, o FNS destinou R$ 20 mil para essa iniciativa da Igreja paraibana.
