Dom Fernando Saburido
Administrador apostólico de Olinda e Recife (PE)
Esse é o lema que a CNBB escolheu para o 3º ano vocacional do Brasil que ocorre desde a festa de Cristo Rei em novembro de 2022 até a celebração deste ano no domingo anterior ao 1º Domingo do Advento.
O 3º Ano Vocacional do Brasil deseja promover a cultura vocacional nas comunidades eclesiais, nas famílias e na sociedade, para que sejam ambientes favoráveis ao despertar de todas as vocações, como graça e missão, a serviço do Reino de Deus. A iniciativa convida a todos a refletir e aprofundar o tema “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho”.
Mesmo durante um ano vocacional, a nossa Igreja sempre dedica, especialmente, o mês de agosto ao tema das vocações, como tempo especial para aprofundar o tema e o lema propostos.
Comumente, em agosto, a Igreja procura contemplar as diversas vocações com as quais Deus enriquece as comunidades. No primeiro domingo de agosto, comemora-se a vocação dos ministros ordenados. Atualmente, em nossa Igreja, sabemos quantos desafios vivem os nossos padres e pedimos a Deus que ilumine os irmãos presbíteros, diáconos e bispos no caminho de uma atuação pastoral, de acordo com a proposta eclesial do papa Francisco que se baseia no evangelho de Jesus. Que a nossa Igreja tenha ministros conforme a inspiração do que “o Espírito diz hoje às Igrejas” (Ap 2, 5).
No segundo domingo de agosto, dia dos pais, a Igreja recorda e celebra a vocação matrimonial. Todo casal cristão é chamado a ser sinal do amor de Deus pela humanidade e da união do Cristo com a Igreja. Que possamos aprofundar a união dos esposos como vocação divina e que deve ser respeitada e cultivada.
No terceiro domingo, a Igreja nos convida a comemorar e aprofundar a importância para todas as comunidades da vocação à vida consagrada. Tanto irmãos como irmãs que consagraram suas vidas a Deus e ao próximo enriquecem nossas comunidades e têm como missão serem sinais vivos do reino de Deus para o mundo. Mesmo neste mundo atual em que a sociedade propõe permanentemente o individualismo e o consumismo, o Espírito continua chamando jovens para um estilo de vida que signifique a renovação e atualização permanente do batismo como consagração a Deus e ao seu projeto no mundo.
No quarto domingo, não como último ou menos importante e sim como uma meta a ser alcançada, comemoramos as vocações que, comumente chamamos de leigas. Em uma Igreja verdadeiramente sinodal como propõe o papa Francisco, não pode haver divisão entre ministros ordenados e não ordenados. Todos e todas somos chamados como batizados a viver o testemunho do projeto divino no mundo e, assim, contribuir para a Justiça e a Paz no mundo, assim como para o cuidado com a nossa casa comum, o planeta Terra.
Ao celebrarmos essa vocação universal de todos os cristãos, pedimos a Deus especialmente pelos irmãos e irmãs que, em nossas paróquias, dedicam-se aos diversos trabalhos pastorais, os/as catequistas, leitores e todas as pessoas que em cada comunidade se dedicam aos cuidados das pessoas doentes, das crianças e de todas as categorias sociais mais necessitadas. Na Igreja não pode haver separação entre a pastoral mais interna da organização do templo e as pastorais sociais. Todas juntas devem expressar o amor de Deus pela humanidade.
Que neste mês de agosto, cada um/uma de nós possa escutar de novo o chamado divino que atualiza nossa vocação e possamos juntos e juntas, corações ardentes, colocar nossos pés e nossas vidas no caminho da missão.