A Pastoral da Comunicação da Diocese de Nazaré, em Pernambuco, divulgou uma série de dicas para a catequese neste momento de isolamento social. Com a ajuda do catequista e mestre em comunicação Hudson Ramos, foram listadas algumas sugestões para uma boa catequese pessoal e também para trabalhar com turmas de Batismo, Primeira Eucaristia e Crisma.
Confira o artigo na íntegra:
Como bem sabemos, a pandemia do novo coronavírus tem se estendido e as consequências já são fortes em todos os setores, em todos os segmentos sociais, em toda parte do mundo.
Ainda assim, não nos esqueçamos, o isolamento social e a higienização reforçada são algumas das medidas fundamentais para a prevenção e combate à COVID-19. Logicamente, reforçamos: respeitemos as orientações das autoridades sanitárias, civis e eclesiais.
Há quase dois meses, o dia a dia das nossas comunidades eclesiais está com sua rotina totalmente alterada devido aos tempos difíceis que passamos. De nós, agentes de pastoral, e de modo especial catequistas, são esperadas criatividade, inovação e presença (ainda que à distância).
As novas tecnologias, sobretudo as Redes Sociais Digitais, nunca foram tão importantes como neste contexto. Cabe a nós, cada um em sua realidade e dentro de suas possibilidades, explorarmos os recursos que temos para mantermos a nossa unidade eclesial e presença no cotidiano de nossos catequizandos.
Tenho certeza que a grande maioria de nós já está aproveitando desses ambientes, mas com o desejo de melhorarmos ainda mais as nossas ações, partilho com vocês algumas dicas que podem ser úteis no esforço de permanecermos juntos, ainda que isolados fisicamente.
A- Dicas para você
1- Mantenha sua vida de fé e oração revigorada. Acompanhe as celebrações pelos meios de comunicação, reze o terço, faça sua comunhão espiritual, medite a liturgia diária. A Igreja dispõe de vários sites, redes sociais, canais no YouTube, emissoras de rádio e televisão, tudo com uma diversidade de horários e conteúdos imensa.
2- Crie uma rotina. Observe o que você deve fazer e o que pode fazer. Estipule horários para acordar e dormir. Preencha seu tempo, mas com organização.
3- Mantenha uma alimentação saudável e faça exercícios físicos. Estar com o sistema imunológico fortalecido é super necessário para você não contrair nenhuma doença indesejada neste cenário de pandemia. Na internet você encontra uma vasta oferta de dicas de como se exercitar em casa de forma prática e segura.
4- Aprenda algo novo! Por menor que seja o seu tempo livre, até porque bem sabemos que parte de nós continua com suas obrigações profissionais e domésticas, tire algo bom deste tempo complicado. Leia um livro, tire o atraso dos estudos, faça um curso à distância. Na internet, mais uma vez, há diversas chances de cursos gratuitos, nas mais diversas áreas.
5- Renove a esperança! Todos os dias nós somos bombardeados com notícias tristes que, num contexto de isolamento social, acabam nos atingindo mais. Ainda assim, como cristãos católicos, somos exortados a viver o hoje com serenidade, nutrindo a esperança naquele que é o Senhor da vida e vence a morte. Por isso, não nos entreguemos ao desespero e à angústia. Ao contrário, sejamos multiplicadores da esperança, com alegria e prudência.
B- Dicas para seu grupo de catequese
1- Antes de qualquer coisa, lembre-se: com qual tipo de público você trabalha? Crianças? Jovens? Adultos? Catequese de Batismo, Comunhão ou Crisma? Todas as estratégias precisam ser pensadas, especificamente, para o seu tipo de público. Às vezes, algumas ideias funcionam muito bem com os jovens, mas passam longe de despertar o interesse dos adultos.
2- Outras questões tão importantes quanto as demais: seu público tem acesso às novas tecnologias (Smartphones, tablets, computadores, etc.)? E a conexão de internet é de mínima qualidade? Eles são letrados digitalmente, ou seja, sabem manusear sozinhos essas tecnologias de forma suficiente para aproveitar as ferramentas disponíveis? No cenário ideal, desejamos que a resposta seja sim para todas essas perguntas. Mas caso não sejam, precisaremos de uma criatividade ainda mais aguçada.
3- Mantenham-se em contato. Não precisa ficar dando “bom dia”, “boa tarde” e “boa noite” todo dia ou mandando links de oração pela pandemia toda hora. Todo mundo se cansa dos excessos, sabemos disso. Uma boa dose seria a frequência dos encontros do seu grupo em tempos comuns. Por exemplo, eu me encontro com o meu grupo todos os domingos de manhã. Então, pelo menos, todo domingo de manhã eu promovo alguma iniciativa com os meus catequizandos. As iniciativas possíveis são várias. Eis algumas que têm sido partilhadas comigo por alguns catequistas:
– Gravar um vídeo curto de até um minuto mandando uma mensagem positiva para seus catequizandos, pedindo que fiquem em casa o máximo possível e que não deixem de rezar. Esta sugestão é ainda mais especial para você catequista de crianças. Lembre-se que elas podem estar com saudades de você e ver um vídeo seu pode ser animador, ainda mais se você falar o nome delas.
– Enviar para os pais e/ou responsáveis das crianças links de materiais de conteúdos cristãos católicos que eles podem usar em casa como jogos, desenhos para pintar, animações para assistir, tirinhas para ler.
– Lançar desafios semanais como colocar um ramo na porta de sua casa e partilhar uma foto no grupo do Facebook ou Whatsapp. Lembram das pequenas iniciativas na Semana Santa deste ano? São simples e envolventes.
– Compartilhar com eles a programação das transmissões ao vivo das celebrações de sua paróquia;
– Dar dicas de filmes e séries (com posterior discussão em grupo virtual);
– Fazer chamadas de vídeo pelo Skype, Zoom, ou Google Hangouts (ou outros) com todos para conversarem um pouco, partilharem sobre a semana e até mesmo para refletir sobre algum tema do itinerário catequético;
– Ligar para todos individualmente. Não precisa ligar para todo mundo no mesmo dia e também a ligação não precisa durar uma hora. Se durar, que ótimo! Mas, crie uma programação de ligações. Preferencialmente aquelas ligações diretas, as tradicionais já tão esquecidas. Ou até mesmo uma ligação online. Troque algumas palavras, pergunte como está a situação dele/dela e de sua família, reforce que você se preocupa com eles. É ótimo saber que há quem se preocupe conosco, nos dê atenção e esteja disponível. Lembre-se, somos catequistas: cada um(a) de nossos catequizandos tem valor inestimável para nós.
Catequistas, nossas comunidades continuam precisando de você, de seu comprometimento, de sua presença. Como verdadeiros educadores da fé, fujamos da tentação de nos entregarmos ao medo e ao pensamento de que “não há o que fazer, a não ser esperar”.
Façamos como tantos outros santos e santas de Deus que em tempos de provação e sofrimento foram sinais da presença misericordiosa de Deus na vida da comunidade.
“Deixa-me acender cem vezes, mil vezes, um milhão de vezes a esperança que ventos perversos e fortes teimam em apagar. Que grande e bela profissão: acendedor de esperança” (Dom Helder Câmara).