A Comissão Regional Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB NE2 deu início a formulação de um documento com diretrizes para o setor. O texto terá como objetivo motivar e auxiliar as dioceses de Alagoas, da Paraíba, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte na formação de grupos locais capazes de trabalhar a unidade entre os fiéis das mais variadas vertentes religiosas.
Entre as propostas que deverão compor o texto estão a necessidade de levantamentos quantitativos sobre as religiões que existem em cada território diocesano, a importância de estabelecer parcerias com as diversas pastorais, movimentos e também com outros atores sociais, além do investimento na formação do clero e do laicato.
A expectativa é de que a carta com as sugestões seja divulgada, em breve, pelo arcebispo de Olinda e Recife e referencial para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso no NE2, dom Fernando Saburido.
Encontro de formação
O documento é fruto do primeiro Encontro de Formação sobre Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso, que a comissão da CNBB NE2 promoveu no fim de semana, de 18 a 20, em Olinda (PE). O evento reuniu leigos e leigas, sacerdotes e seminaristas das quatro províncias do Regional com uma programação composta por palestras, debates e celebrações.
“É muito bom que nós da Igreja Católica estejamos aqui para fazer essa reflexão e também uma autoavaliação em relação ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso. A partir do Concílio Vaticano II muito se avançou nessa área, mas precisamos promover ainda mais a fraternidade com os outros irmãos”, afirmou dom Saburido na abertura do encontro.
Durante o sábado (19), os participantes mergulharam na temática com a palestra “Grandes religiões e diversidade no Nordeste”, ministrada pelo professor da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Gilbraz Aragão. Ainda foi apresentado o tema “Introdução ao Ecumenismo e o Diálogo Inter-religoso” pelo monje beneditino e fundador do Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos, Marcelo Barros.
“Deus diz: ‘Eu te amo’. As religiões são a organização da resposta: ‘eu quero viver esse amor’. São respostas humanos ao amor divino, por isso, a religião não pode ser fonte de conflito, quando isso acontece ela está sendo usada para falar mal do próprio Deus”, disse o religioso.
Antes de serem divididos e grupos, os participantes assistiram a última palestra “Documentos e encontros sobre o ecumenismo e o diálogo Inter-religioso. O secretário da Comissão Regional Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, padre Fábio Potiguar, apresentou exemplos da história da Igreja em relação à comunhão fraterna com outras religiões.
“O ecumenismo nos convida à unidade, sobretudo, neste momento de forte divisão na socidade. O ecumenismo nos ajuda a orar juntos e além disso a agir em conjunto na defesa dos direitos humanos e da ‘Casa Comum’, portanto, na promoção da dignidade humana”, explicou o sacerdote.
Celebrações
O segundo dia do encontro foi encerrado com uma celebração inter-religiosa, na capela do Convento de São Francisco, local onde ocorreu o evento de formação. Estiveram presentes a Iabasé Nayde de Ogum Hari, que é membro do movimento Hare Krishna, e a pastora Vana e o pastor Paulo César, da Igreja Aliança de Batistas do Brasil.
Durante o momento fraterno, todos refletiram a partir do texto bíblico das bem aventuranças (Mt 5,1-12). “O mundo está precisando de ternura, e o diálogo-inter-religioso é uma fonte de ternura que em tempos de ódios mostra que nós somos artífices da paz”, declarou para Fábio.
Após a partilha das propostas para o documento da Comissão Regional Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso, foi celebrada, no domingo (20), a Santa Missa de encerramento do encontro.
Confira a reportagem da Rede Vida sobre o Encontro de Formação da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso: