Integrantes da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé (CEPDF) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) se reuniram de 27 a 30 de janeiro, no mosteiro São Bento, no Rio de Janeiro (RJ). Estavam presentes os 5 bispos da comissão, os 12 peritos e o assessor.
De acordo com o bispo de Santo André (SP) e presidente da comissão para Doutrina da Fé, dom Pedro Carlos Cipollini, o grupo trabalhou assiduamente para elaborar o texto que pretende responder à questão de magistérios paralelos na Igreja.
“Há muitas pessoas, leigos, grupos falando em nome da Igreja, ensinando e dizendo que os bispos não estão ensinam o que deviam. Esse documento visa esclarecer o que é o magistério dos bispos, o dever e a competência deles para evangelizar e ensinar a doutrina da fé e o Evangelho”.
O assessor da comissão, padre João Paulo Dantas de Mendonça, diz que o encontro foi realizado num espírito de comunhão e fraternidade.
“Foi uma experiência bonita para os bispos e para os peritos que, acredito, enriqueceu a todos e o documento é fruto dessa experiência. De uma competência acadêmica com um desejo de servir, de colocar aquilo que a gente estuda, conhece, pesquisa a serviço de todos os bispos nessa esfera de comunhão amorosa e de missão”, destaca.
Dom Cipollini esclarece ainda que o objetivo desse documento visa esclarecer assuntos e questões fruto de uma mentalidade relativista onde cada um fala o que quer, do jeito que quer, na hora que quer e pronto.
“É importante esclarecer que a Igreja tem o mandato apostólico. Jesus diz aos apóstolos ‘Ide pelo mundo pregai o evangelho. Todos os batizados são missionários, mas existem aqueles dentro da Igreja que exercem o magistério em nome de Jesus, que são os bispos”.
Padre João Paulo esclarece que o documento é para orientar católicos e cristãos de boa vontade que já não sabem a quem devem recorrer para ouvir a voz verdade.
“Existem hoje muitos magistérios paralelos, inclusive na internet. Às vezes são leigos, as vezes são padres, as vezes são pessoas que tem um grande carisma de comunicação até de formação, mas que falam em seu próprio nome, não em nome da Igreja e não tem aquele carisma, aquele dom dado por Deus para pastorear a Igreja na direção da verdade e da caridade. O documento vem recordar, especialmente, aos bispos para que eles assumam a sua missão que é essencial, mas vem ajudar a toda a Igreja a recordar a importância da voz dos pastores”, ressalta.
A prévia do subsídio foi entregue aos bispos da Comissão. Estes vão avaliar e dar a palavra final para em seguida ser apresentado a todos os bispos na 58ª Assembleia Geral da CNBB que vai ocorrer de 22 a 30 de abril, em Aparecida (SP).
Bispos que compõem a Comissão
Dom Pedro Carlos Cipollini – Bispo de Santo André e presidente da Comissão
Dom Pedro Cunha Cruz, Bispo de Campanha-MG
Dom Carlos Alberto Breis Pereira – Bispo de Juazeiro – BA
Dom Luiz Antonio Ricci – Bispo Auxiliar de Niterói
Dom Leomar Antônio Brustolin – Bispo Auxiliar de Porto Alegre
Assessor:
Padre João Paulo Dantas de Mendonça
12 peritos:
Vítor Galdino Feller – Florianópolis (SC)
Antônio Luiz Catelan Ferreira – Umuarama (PR). Membro da CTI
Professora Maria de Lourdes Corrêa Lima – Leiga do Rio de Janeiro (RJ)
Luiz Henrique Eloy e Silva – Belo Horizonte (MG)
Antônio Xavier Batista – Corinto (MG)
Professora Francilaide de Queiroz Ronsi – Leiga de Recife (PE)
Professor Marcos Augusto Ferreira Nobre – Leigo casado de Fortaleza CE)
Jurandir Coronado Aguilar – Campo Mourão (PR)
Thiago de Fogaça Gomes – Osório (RS)
Mario Marcelo Coelho, scj – Taubaté (SP)
Eleandro Teles – Porto Alegre (RS)
Luis Henrique Figueredo – Goiânia (GO)