A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, organismo vinculado à CNBB NE2, em parceria com a instituição católica alemã Misereor, lança na terça-feira (22) uma campanha contra os impactos dos parques eólicos. Os detalhes da iniciativa serão apresentados em uma live, às 17h, no canal youtube.com/user/caritasregionalne2.
Durante a transmissão ao vivo, representantes de comunidades rurais e especialistas discutirão os impactos ambientais, socioeconômicos e de saúde que os parques eólicos provocam em Alagoas, na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte. O objetivo é debater sobre a importância de repensar novas formas de geração de energia limpa.
A campanha é resultado do projeto “Promoção e Defesa de Direitos na Perspectiva da Construção de Sociedades do Bem Viver”, executado pela Cáritas NE2 com apoio da Misereor.
“Buscamos promover a sensibilização da sociedade no sentido de conhecer os impactos que esses grandes empreendimentos de energia eólica trazem para as comunidades afetadas, além de dar voz a esses agricultores e agricultoras, marisqueiros e marisqueiras que sofrem os diversos tipos de abuso desde a chegada das empresas até a instalação dos parques”, afirma a coordenadora do projeto, Bruna Suianne.
“Pra quem sopram os ventos?”
O lançamento da campanha será marcado pela estreia da websérie “Pra quem sopram os ventos?”. Dividida em seis episódios, que serão exibidos semanalmente, a produção conta as histórias das comunidades que estão sofrendo com a implantação dos parques eólicos.
Além dos impactos na saúde, os personagens da série denunciam problemas com os contratos propostos pelas empresas responsáveis pelos empreendimentos aos moradores locais.
Outras ações da campanha incluem a confecção de um catálogo e a organização de uma exposição fotográfica itinerante que vai percorrer os quatros estados do território da CNBB NE2.
Até o fim de março, a Cáritas pretende lançar a campanha também em nível internacional com foco, principalmente, em investidores alemães e espanhóis que financiam empresas de energia eólica, porém desconhecem a forma como elas atuam no Brasil.
“Não somos contra as energias renováveis. Entendemos sua necessidade a partir do cenário de mudanças climáticas que estamos vivenciando, no entanto é preciso estar atento ao atual modelo adotado pelas empresas, suas consequências e o impacto que ele causa na vida de pessoas vulneráveis”, explica Bruna Suianne.
Fotos: Cáritas NE2/Divulgação