A Comissão Episcopal para os Bispos Eméritos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) teve um momento de partilha na manhã desta sexta-feira, 3, durante a 57ª Assembleia Geral da CNBB, que ocorre até o dia 10, em Aparecida (SP). Atualmente, a Igreja no Brasil conta com 171 bispos eméritos, dos quais 43 participam da assembleia deste ano.
De acordo com o Código de Direito Canônico (CDC), recebe o nome de “emérito” aquele bispo que “perder o ofício por limite de idade ou por renúncia aceite”. A Igreja estabelece a idade de 75 anos para a apresentação do pedido de renúncia ao papa.
Atendendo ao que é estabelecido no CDC, de que a Conferência episcopal “deve procurar que se proveja à conveniente e digna sustentação do Bispo que renuncia, tendo em consideração a obrigação primária a que está sujeita a própria diocese que serviu”, é que está estruturada a Comissão Episcopal para os Bispos Eméritos da CNBB, um grupo que tem um caráter especial, diferente das Comissões Episcopais Pastorais da entidade.
Assim como destacado na missa da manhã desta sexta-feira, os bispos eméritos, mesmo afastados de suas funções de governo nas dioceses, continuam a participar de atividades pastorais e colaborando com a missão evangelizadora da Igreja.
Os bispos eméritos correspondem atualmente a 35% do episcopado. Para o presidente da Comissão, dom Luiz Soares Vieira, arcebispo emérito de Manaus (AM) e ex-vice-presidente da CNBB, este contexto sugere maior atenção no acompanhamento de como os bispos estão vivendo, tanto com apoio econômico, quanto espiritual.
Desde 2016 a Comissão tem fortalecido o acompanhamento dos bispos, realizado encontros e implantado ferramentas de comunicação entre os pastores que já deixaram o governo diocesano. O boletim Marcas do Caminho é um instrumento de comunicação e divulgação de testemunhos que é oferecido aos bispos eméritos.
Compõem a Comissão para os Bispos Eméritos:
- Dom Luiz Soares Vieira, presidente
- Dom Esmeraldo Barreto de Farias
- Dom Augusto Alves da Rocha
- Dom Elias James Manning
- Dom Itamar Vian
A pesquisa do chefe do Departamento de Ciência da Religião da pontifícia Universidade de São Paulo (PUC-SP), Fernando Altemeyer Junior, faz categorização dos bispos eméritos nomeados pelos últimos papas:
Foram dois nomeados pelo papa São João XXIII (cardeal Serafim Fernandes de Araújo (19/01/1959) e dom José Mauro Ramalho de Alarcón Santiago (13/10/1961) – são também os dois últimos padres conciliares).
Durante o papado de São Paulo VI, foram 35 nomeados (cardeal Cláudio Hummes, cardeal Geraldo Majella Agnelo, cardeal José Freire Falcão, dom Pedro Antônio Marchetti Fedalto, dom Bonifácio Piccinini, dom Gilberto Pereira Lopes, dom Edvaldo Gonçalves Amaral, dom Heitor Araújo Sales, dom Moacir Grechi, dom Alano Pena, dom Edmilson da Cruz, dom José Silva Chaves, dom Jayme Henrique Chemello, dom Orlando Octacílio Dotti, dom Cândido Lorenzo González, dom Aldo Gerna, dom Pedro Casaldáliga Plá, dom Antônio Afonso de Miranda, dom Nei Paulo Moretto, dom José Maria Maimone, dom Urbano José Allgayer, dom Antônio de Sousa, dom Mauro Morelli, dom Angélico Sândalo Bernardino, dom Adalberto Paulo da Silva, dom Aldo Mongiano, dom Augusto Alves da Rocha, dom Antônio Celso de Queiros, dom Karl Josef Romer, Emílio Pignoli, dom José Heleno, dom Jacó Roberto Hilgert, dom Walter Michael Ebejer, dom Aloísio Sinésio Bohn e dom Gutemberg Freire Régis).
Na sequência, 126 nomeados pelo papa São João Paulo II e 8 nomeados pelo papa Bento XVI. Dos 97 até agora nomeados pelo Papa Francisco, nenhum se tornou emérito.