Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife (PE)
A mensagem que o Papa Francisco nos deixa para reflexão, no 57º Dia das Comunicações Sociais, que comemoramos neste domingo da solenidade da Ascensão do Senhor, exorta-nos a comunicar cordialmente, a fim de não assombrar, mas promover a paz. Parece-me que o Papa está preocupado – com razão – com o clima de guerra e divisão que assola no mundo.
Também eu, arcebispo de Olinda e Recife, percebo essa falta de harmonia, e até de empatia, nos ambientes por onde passo. Aliás, nem é preciso sair de casa: as redes sociais me trazem os descompassos dos sentimentos. Penso que nos falta, como dizia a mensagem do ano passado, “ouvir com o coração”, para que possamos, como o Papa pede este ano, “falar com o coração”.
Depois de realizamos um Congresso Eucarístico tão grande e tão bonito, voltado para a partilha do pão com os mais necessitados, clareou-se ainda mais a beleza do amor fraterno. As pessoas precisam ser escutadas e esperam ouvir, de volta, uma palavra que alivia, que anima, que constrói, que se transforma em atitude amorosa.
Lembro que a Palavra – maiúscula – nos impele ao amor-atitude, porque ela mesma é o Amor. Nosso Senhor Jesus Cristo deu-nos não somente os caminhos para amar, mas caminhou neles conosco. Em sua época, os corações duros se transformavam, principalmente, pela forma como Ele falava. Como em Provérbios (25, 15), “a língua branda pode até quebrar ossos”.
Dirijo-me, hoje, aos profissionais da Comunicação, na esperança de que tenham essa consideração amável pelo público que acolhe seu trabalho. Peço-lhes que sejam profissionais sempre respeitosos, que usem seus dons com compaixão. Exerçam sua função de comunicadores com paixão pela verdade. Deem espaço para a construção da paz, considerando as fragilidades de quem está lendo ou ouvindo as notícias. Deixem suas marcas no mundo – e que elas gerem o bem.
Obrigado por toda colaboração durante meu arcebispado. O trabalho de vocês, nas divulgações e coberturas das celebrações e campanhas da Igreja, foi muito importante. Nele, senti a adesão de cada um, independentemente da fé que professam, ao projeto maior de Deus, que é o Amor. Que Deus os abençoe.
