Após ação da Igreja, prefeitura abre diálogo com pescadores artesanais em Pernambuco

Após visitar o Pontal de Maracaípe, em Ipojuca, litoral sul de Pernambuco, e constatar a construção de muros e cercas na área de manguezal, o bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE) e presidente da Comissão para a Ação Sociotransformadora, dom Limacêdo Antonio da Silva, se reuniu com representantes da prefeitura local. O religioso integrou, ao lado da articuladora das Pastorais Sociais da CNBB Nordeste 2, Vivian Santana, uma comitiva formada por pescadoras e marisqueiras da comunidade afetada pelas obras de obstrução.

Pela primeira vez, trabalhadoras que vivem da coleta de peixes e mariscos puderam expor aos representantes da Secretaria de Meio Ambiente de Ipojuca a realidade da comunidade, que há mais de 20 anos, mora e tira o sustento do Pontal de Maracaípe. A reunião, realizada na última quarta-feira (26), foi acompanhada por membros da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Pernambuco (OAB-PE), além de assessores parlamentares.

“Primeiro, esses muros de arrimo que ele está fazendo, que a gente não aceita. O caminho da pesca está cercado, tem homens armados, tudo isso está dificultando a situação dos pescadores e dos barraqueiros daqui de Maracaípe. A alameda mais perto que a gente tinha acesso quando a maré estava cheia, está fechada”, contou a marisqueira, Helena do Nascimento.

De acordo com o Conselho Pastoral dos Pescadores da CNBB Nordeste 2 (CPP NE 2), mesmo com placas identificando a área como de preservação ambiental, a família Fragoso recebeu autorização para suprimir a restinga e construir muros e cercas em área da União.

Por isso, foi solicitado que a prefeitura apresente documentos, relatórios e planos de trabalhos informando quais medidas e ações estão sendo realizadas no Pontal de Maracaípe e que estejam relacionadas ao ordenamento do uso e ocupação do solo; à conservação da restinga e manguezais, além de recuperação, monitoramento e prevenção à erosão provocada pelo avanço do mar.

“Ficou acordado para o dia seguinte à reunião uma visita para identificar, confirmar ou não uma medição de terra, só que de repente mudaram de ideia, marcaram para outro dia, essa segunda possibilidade também não aconteceu. Temos esperança que, de fato, aconteça porque diz respeito às marisqueiras, barraqueiras e contribui para o turismo de Ipojuca, isso é importante ressaltar”, afirmou dom Limacêdo.

Com informações e fotos da Assessoria de Comunicação do CPP

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