A pandemia vem escancarando a desigualdade social e o número de pessoas em condição de vulnerabilidade vem aumentando. O desemprego aumentou, a fome virou a realidade de muitas famílias e a Igreja, que nunca fechou os olhos para essa realidade, volta a ser o principal ponto de apoio para aqueles que não têm a quem recorrer.
Em todo Estado, segundo o IBGE, o desemprego atingiu a maca de 16% da população, índice maior que a média nacional. A insegurança alimentar (que vai desde a falta de comida até a incerteza de saber se terá comida no dia seguinte) já atinge 50% da população brasileira. São 116,8 milhões de pessoas nessa situação de insegurança alimentar no Brasil, de acordo com pesquisa divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
A Ação Social Arquidiocesana (ASA) distribui uma média de 3.700 refeições diariamente na capital paraibana. Com pontos de entrega no centro e na praia, milhares de pessoas recebem café da manhã, almoço e jantar. Além disso, a ASA ainda conta com a distribuição de kits de higiene e máscara para essa população.
“Essas pessoas são as mais atingidas pela pandemia e quando o ‘caminhão do Padre Zé’ chega, a gente vê o alívio nos olhos deles, que nos aguardam com ansiedade, pois é a única fonte de alimentação que eles têm”, explica o Pe. Egídio de Carvalho, secretário executivo da ASA e diretor do Hospital Padre Zé.
Além da alimentação diária, a ASA também conta com duas Casas de Acolhida, onde pessoas em situação de rua podem tomar banho, lavar suas roupas e recebem atendimento para corte de cabelo além de receber kits para cuidados pessoais com a higiene e a saúde em tempos de pandemia.
“Uma coisa tão básica, não é? Tomar um banho, ter roupas limpas, ter onde descansar um pouco. É isso que oferecemos com nossas casas, seguindo o exemplo do Papa Francisco, que também fez isso no Vaticano para acolher as pessoas em situação de rua”, explica Pe. Egídio.
Ações em toda arquidiocese
Mas a solidariedade não se restringe à ASA. A Pastoral de Rua e todas as Paróquias desenvolvem ações sociais com o objetivo de atender às necessidades urgentes das pessoas mais carentes. Refeições e cestas básicas são distribuídas, gerando a partilha e fortalecendo a vida em comunidade.
Na cidade de Itabaiana, a Paróquia Nossa Senhora da Conceição tem o projeto “Cristão Solidário”, que chega a distribuir cerca de 3,5 toneladas de alimentos. As cestas básicas são entregues às 400 famílias cadastradas, que também recebem a visita dos agentes. Antes da pandemia, a distribuição era feita após um momento de oração e reflexão. Mas na atual conjuntura, os agentes pastorais vão até as casas das famílias entregar os donativos.
Em João Pessoa, a Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, no Jardim Oceania, distribui 100 cestas básicas quinzenalmente às pessoas carentes das comunidades que compõem a paróquia.
Ação semelhante acontece na Paróquia Nossa Senhora da Conceição na Cidade do Conde. A cada 15 dias a Paróquia distribui cestas básicas com as pessoas necessitadas, que vão até a paróquia buscar a doação.
A Paróquia Santa Júlia, no bairro da Torre, em João Pessoa, tem a Pastoral da solidariedade. Por mês, uma média de 130 cestas são distribuídas. Além de alimentos, as cestas incluem material de higiene pessoal.
Fonte: Pascom Paraíba