Nesta quarta-feira (26) é celebrado o Dia Internacional de Apoio às vítimas de tortura. A data foi criada em 1997 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e tem como objetivo combater práticas de tortura e também oferecer amparo às vítimas de tortura.
No Brasil, se fala muito da tortura física, principalmente a que foi praticada na época da ditadura militar; no entanto, a tortura ainda é praticada diariamente no país, e a Pastoral Carcerária lida e denuncia a tortura praticada contra uma população em sua maioria pobre, negra e marginalizada: os encarcerados e encarceradas.
A tortura que acontece dentro dos presídios é estrutural. Estar na prisão, privado de liberdade, em uma cela superlotada, sem condições de higiene, com alimentação precária, racionamento de água e com doenças se alastrando é uma tortura tão grave quanto a violência, que também ocorre por trás das grades.
Os familiares das presas e presos também sofrem e são torturados com a pessoa presa, pois são os familiares que arcam com todos os custos de manter a pessoa que está na prisão.
Além disso, a revista vexatória é uma prática recorrente, expondo e humilhando as familiares que vão visitar seus entes queridos.
Neste dia, a Pastoral Carcerária ressalta a importância de a sociedade olhar para dentro das prisões e para os familiares, para as vidas que vem sendo massacradas e torturadas, e perceber que as violações que ocorrem nas prisões são práticas de tortura tão graves quanto as ocorridas na época da ditadura militar.
Seguimos na luta por um mundo mais justo, ao lado das e dos familiares dos presos, rumo ao sonho de Deus de um mundo sem cárceres.
Irmã Petra Silvia Pfaller
Coordenadora Nacional da Pastoral Carcerária