Quinta-feira Santa lembra a unidade e o serviço da Igreja

Bispos, padres, diáconos e seminaristas da Arquidiocese de Olinda e Recife iniciaram o tríduo pascal nesta quinta-feira santa (18/04), às 9h, na Igreja da Sé, Catedral do Santíssimo Salvador, em Olinda. Concentrado na Academia Santa Gertrudres, na Cidade Alta, o clero se dirigiu em cortejo para a Catedral, onde fiéis aguardavam para participar da Missa do Crisma.

Também conhecida por Celebração da Unidade, a missa congrega os padres que trabalham e vivem no âmbito da Arquidiocese, em comunhão com o arcebispo. Na celebração, cerca de 300 padres renovaram os votos sacerdotais feitos por ocasião de sua ordenação.

Na homilia, dom Fernando destacou o compromisso do clero com a proteção e promoção dos menos favorecidos. “É lamentável que em pleno século XXI ainda sejamos exigidos a falar de miséria e fome. Mas essa é a nossa
missão como verdadeiros missionários e profetas”, disse o arcebispo. Leia aqui a íntegra (em pdf) da homilia.

Após entrega solene a apresentação dos óleos em depósitos de prata, dom Fernando procedeu à consagração dos óleos dos enfermos, dos catecúmenos e do Crisma, que serão ministrados nos sacramentos da Unção dos Enfermos, do Batismo, da Crisma e da Ordem em toda as paróquias da Arquidiocese.

No rito, o arcebispo adiciona uma essência aromática, mexe o óleo para homogeneização e sopra sobre a mistura em forma de cruz. Na sacristia, seminaristas se revezam na tarefa de encher pequenos recipientes com os óleos consagrados e colocá-los em caixas para que sejam entregues aos párocos de todas as 138 paróquias da Arquidiocese de Olinda e Recife.

A distribuição foi feita por partes: Dom Fernando entregou os santos óleos ao bispo auxiliar, dom Limacêdo Antonio; ao bispo emérito de Nazaré, dom Severino de França; e aos reitores das basílicas e santuários; além dos priores dos conventos e responsáveis pelas demais instituições religiosas. Os párocos, por sua vez, receberam os óleos de seus vigários episcopais.

A Rádio Olinda transmitiu a celebração ao vivo, pela faixa AM 1030, com apresentação e comentários do jornalista Ivanildo Silva e do padre Jurandir Dias. “Tivemos o cuidado de explicar passo a passo os ritos da celebração de hoje, para que o fiel que acompanha de casa, pelo rádio, possa viver de fato o tríduo pascal, visualizando mentalmente e se enchendo das bênçãos da celebração”, comentou Ivanildo.

Às 16h, na Igreja de Nossa Senhora do Pilar, no Recife Antigo, dom Fernando presidiu a Missa de Lava-Pés, concelebrada pelo pároco de São Frei Pedro Gonçalves, padre Rinaldo Pereira. O arcebispo lavou os pés de oito moradores da comunidade e de quatro venezuelanos, assim como Jesus lavou os pés dos apóstolos. Para o arcebispo,a escolha dos representantes dos apóstolos não poderia ter sido melhor: “Eles são os preferidos de Jesus, são os mais necessitados e sofridos”, disse o arcebispo. “A Comunidade do Pilar é muito carente, precisa do olhar do Governo com políticas públicas sérias que atendam à população, assim como a nossos irmãos venezuelanos que saíram de seu país para defenderem suas vidas”. O gesto do arcebispo, imitando Jesus, simboliza a humildade e o serviço da Igreja: “Se eu, que sou Senhor e Mestre de vocês, lavei os seus pés, vocês também devem lavar os pés uns dos outros” (Jo 13, 14).

Dona Prazeres, moradora da comunidade, teve os pés lavados por dom Fernando. Chorou e comentou: “É uma emoção muito grande saber que um bispo se diminuiu pra um pobre, saber que a Igreja lembrou de mim, é um privilégio viver isso tudo”, disse.

Após a comunhão, arcebispo e pároco usaram véus de ombro para transportar Jesus Eucarístico até uma capela de reposição provisória, dentro de uma das casas pobres da comunidade, para adoração. “O que parece um simbolismo é, de fato, o Evangelho: Jesus habita entre os menores, que dão a Ele o seu melhor”, comentou o pároco, padre Rinaldo.

Ao final da celebração, foram distribuídos mil quilos de peixe, das espécies chicharro e corvina, para os moradores da Comunidade do Pilar. A entrega foi possível graças a doações dos colaboradores da paróquia. Na entrada da Comunidade do Pilar, uma faixa cobrava à prefeitura da cidade a construção de casas populares na área. “Senhor prefeito, cadê os nossos habitacionais? Perdeu o prazo e o recurso do Ministério? Para onde foi o dinheiro?”

Pascom AOR

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