O trágico episódio que vitimou dez pessoas na escola estadual Raul Brasil, na cidade de Suzano (SP), no dia 13 de março, provocado por um adolescente ex-aluno da escola e por um adulto, que cometeram suicídio em seguida, expôs a fragilidade da vida humana e da escola em todo o Brasil. A escola, como todos sabem, é a extensão da casa dos alunos. Ao menos esta é a expectativa de boa parte dos pais. Crianças e jovens são confiados por suas famílias, às instituições educacionais para a transmissão de conteúdos pedagógicos e para forjar valores morais nos cidadãos que farão parte do tecido social no futuro. A tragédia na escola de Suzano comove as pessoas, instituições e a Igreja Católica, em busca de respostas para tamanho ato de desamor contra a vida humana. Nesta semana, boatos de possíveis atentados em duas escolas da Região Metropolitana do Recife e em uma universidade particular da capital deixaram aflitos pais, alunos e funcionários.
Para auxiliar pais, educadores, alunos, religiosos e paroquianos que lidam com crianças e adolescentes, o site da Arquidiocese de Olinda e Recife reuniu algumas iniciativas que podem ajudar a construir caminhos e respostas preventivas à tragédia da escola em Suzano (SP). Os leitores contam com uma entrevista sobre prevenção ao suicídio e dados sobre transtornos afetivos, com a psicóloga Paula Aureliano, que atua no colégio das Damas (Recife) e que desde a adolescência integrou o grupo de jovens da paróquia de Casa Forte.
A matéria mostra também como a Casa da Criança Marcelo Asfora, vinculada à paróquia do Sagrado Coração, em Casa Forte, vem trabalhando preventivamente a cultura da paz com os seus 120 alunos. Também é colocado à disposição, na matéria, um artigo replicado pelo colégio Salesiano de Santa Teresinha (SP), intitulado “Há uma tragédia silenciosa em nossas casas”, redigido pelo médico psiquiatra Luis Rojas Marcos. Espanhol radicado no Estados Unidos, Rojas Marcos é um médico psiquiatra humanista de fama internacional e autor de numerosos livros. Colocou em andamento, em Nova York, no ano de1987, uma iniciativa revolucionária, o projeto Help. Foi o primeiro serviço para atender pessoas que viviam na rua com doenças mentais. Este plano, importado depois por muitas cidades, completou 30 anos e a Fundação Mapfre lhe outorgou o prêmio de melhor iniciativa em promoção da saúde. Agora, dirige uma organização médica sem fins lucrativos, com 3.500 médicos, em 6 hospitais públicos e 10 presídios.
O médico psiquiatra espanhol apresenta dados preocupantes sobre Saúde Mental. Segundo ele, nos últimos quinze anos, os pesquisadores fornecem estatísticas cada vez mais alarmantes sobre o aumento agudo e constante da doença mental na infância, que agora atinge proporções epidêmicas:
– 1 em cada 5 crianças tem problemas de saúde mental;
– Um aumento de 43% no TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, um tipo de transtorno neurológico, que surge na infância, geralmente como fator genético, e em muitos casos, acompanhando o indivíduo em sua vida adulta) foi observado;
– Um aumento de 37% na depressão adolescente foi observado;
– Um aumento de 200% na taxa de suicídio foi observado em crianças de 10 a 14 anos de idade.
Esta semana, o site da Arquidiocese de Olinda e Recife conheceu a Casa da Criança Marcelo Asfora, ligada à paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Casa Forte, zona norte do Recife, para saber como vem sendo trabalhado junto aos alunos os fatos do episódio de Suzano (SP). A Casa da Criança Marcelo Asfora existe há mais de trinta anos e oferece aulas de reforço escolar, música e atividades complementares para 120 crianças e adolescentes, de 07 a 14 anos. A gestora da Casa Marcelo Asfora, Carmem Lúcia, explica as medidas adotadas. Conforme ela detalhou, ao longo da semana, os alunos foram estimulados a refletir sobre o amor e a cultura da paz. Desde a semana passada, as crianças têm desenvolvido atividades de pintura e artesanato enfocando o tema da paz em sala de aula. “Optamos em não reforçar as ideias de violência e escolhemos o caminho do amor, da compaixão, da tolerância como a melhor resposta, pois acreditamos que é mais construtivo para a formação dos alunos despertar neles sentimentos e valores positivos”, acrescenta a gestora da Casa da Criança Marcelo Asfora.
Clique aqui e leia a entrevista com a psicóloga Paula Aureliano, sobre prevenção ao suicídio e transtornos afetivos.Baixar
(Pascom Arquidiocese)