Um dos fundadores da CNBB, dom Hélder Câmara, ícone da resistência contra a ditadura militar, foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos pela Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. O órgão técnico aprovou, por unanimidade, o Projeto de Lei 7230/14, no dia 27 de dezembro de 2017.
Patrono
O título de patrono de determinada categoria é muito relevante, pois reconhece a atuação de figuras importantes para o País e serve de inspiração para todos. Dom Helder é uma dessas figuras, enquanto arcebispo de Olinda e Recife foi um dos expoentes católicos que sempre lutou em benefício de melhores condições de vida para os mais pobres, especialmente na época da ditadura militar. Falecido em 1999, o religioso é reconhecido como exímio defensor dos Direitos Humanos.
Na década de 1950, Dom Helder fundou obras sociais como a Cruzada São Sebastião, cujo objetivo era atender os moradores das favelas, e o Banco da Providência, que organizava doações e microcrédito para as famílias de baixa renda.
Dom Helder exerceu ainda funções na Secretaria de Educação do Rio de Janeiro e no Conselho Nacional de Educação. Foi também um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e por sua trajetória, reconhecida internacionalmente, foi o único brasileiro cotado quatro vezes para o Prêmio Nobel da Paz.
Em seus mais de 20 livros publicados – boa parte traduzida para outros idiomas –, Dom Helder defendeu ainda o seu ideal de “não-violência” e a necessidade de profundas reformas por um Brasil menos desigual.
Atuação
O combate às violações de direitos humanos custou ao arcebispo uma perda pessoal: em 1969, o assessor de Dom Hélder, Padre Henrique, foi preso e torturado até a morte pelos militares.
O local onde Dom Helder passou os últimos anos de vida, nos fundos da Igreja de Nossa Senhora da Assunção das Fronteiras, no Recife (PE), foi transformado em museu. No Memorial Dom Helder Câmara, estão expostos objetos como livros, quadros, roupas e móveis de uso pessoal do arcebispo.
O processo de beatificação de Dom Helder começou em maio de 2015. A fase diocesana, na Arquidiocese de Olinda e Recife, foi concluída em dezembro. Uma série de documentos, escritos de sua autoria e apanhados históricos foram enviados ao Vaticano para análise.
(Fonte: Vatican News/ operamundi.uol.com.br)