Dom Limacêdo participa de homenagem ao movimento Encontro de Irmãos

Na manhã desta quarta-feira, 31/10, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) promoveu uma homenagem ao movimento arquidiocesano Encontro de Irmãos. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Olinda e Recife, dom Limacêdo Antônio da Silva, participou da solenidade, denominada de Grande Expediente Especial, que marcou a abertura do jubileu de 50 anos de criação do Encontro de Irmãos. A autora do requerimento que propôs a homenagem foi a deputada estadual Teresa Leitão e a solenidade aconteceu no auditório do prédio-sede da Alepe, na Boa Vista, Recife. O auditório da Assembleia Legislativa de Pernambuco ficou colorido com a presença dos membros do Encontro de Irmãos, emocionados e unidos para celebrar a abertura jubilar de criação do movimento, em uma justa homenagem que celebra o protagonismo dos leigos, especialmente no Ano Nacional do Laicato.

Formaram a mesa de autoridades a parlamentar autora do requerimento, Teresa Leitão, dom Limacêdo Antônio, Kênia Pedrosa, representando a Comissão Arquidiocesana do Laicato, o diácono Jaime Bonfim, assessor eclesiástico do Encontro de Irmãos, o padre Josenildo Tavares, coordenador das Pastorais da Arquidiocese de Olinda e Recife, o professor Celso Pontes, membro do Encontro de Irmãos e Angelita Marta da Silva, coordenadora arquidiocesana do movimento. Ao longo da solenidade, espontaneamente os membros do Encontro de Irmãos entoavam canções que exprimiam a força e a fé no decorrer de cinco décadas de evangelização: “Encontro de Irmãos é humilde, é forte, caminha pra vida, vencendo a morte. Lutando com fé, sem desanimar. A força é de Deus, só Ele é quem dá!” (trecho do cântico “A Tua Palavra”, de autoria de Gercina, Setor Beberibe).

A deputada leu um retrospecto que contextualizou o momento histórico da criação do movimento arquidiocesano: em pleno período de recrudescimento do regime ditatorial, alguns membros da igreja católica iniciaram a evangelização nas periferias, visitando as casas nos locais mais remotos e evangelizando. O diácono Jaime Bonfim informou, em sua fala, que o Encontro de Irmãos nasceu como resposta dos leigos ao Concílio Vaticano II e que alguns dos membros do movimento foram vítimas de tortura pelo regime militar vigente, na tentativa de obter informações sobre dom Helder Camara, um dos entusiastas do Encontro de Irmãos. Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife à época, dom Helder se encantou com a proposta do Encontro de Irmãos e presidiu a celebração que criou oficialmente o movimento, no dia 25/05/1969, na igreja do Espírito Santo, no Recife. O diácono Jaime Bonfim evidenciou também que nasceram vocações e passaram pelo Encontro de Irmãos padres e até bispo, simbolizando um trabalho profético de evangelização e testemunho de fé.

De acordo com a coordenadora arquidiocesana do Encontro de Irmãos, Angelita Marta da Silva, o movimento representa um espaço onde todos têm vez e voz e o impulso do ano jubilar que se aproxima -2019 – serve de motivação aos membros.  Segundo a coordenação arquidiocesana, atualmente o movimento conta com cerca de 2 mil membros, com 78 grupos, distribuídos por onze setores que abrangem os municípios do Recife, Olinda, Jaboatão, Camaragibe, Igarassu, Paulista, Abreu e Lima e São Lourenço da Mata.

O educador Celso Pontes, membro do movimento, também compartilhou com os presentes suas lembranças sobre os momentos nascentes do Encontro de Irmãos. Natural da localidade denominada Passarinho – região que faz divisa com os municípios de Recife, Olinda e Paulista – Celso Pontes recordou que as primeiras visitas promovidas pelo Encontro de Irmãos aos bairros de Caixa D’Água e de Águas Compridas eram verdadeiras expedições pela mata, sendo necessário usar lanternas para acessar os locais mais remotos. Todo o esforço compensava para levar a Palavra aos irmãos.

Na tribuna, dom Limacêdo Antônio falou que o Encontro de Irmãos nasce do coração e o coração geral fraternidade. O bispo auxiliar evidenciou que em comunidade, é possível aos leigos desempenhar o papel de escutar as pessoas, acompanhar seus passos, tocar suas feridas. E puxou mais uma canção, junto à plateia: “Sonho que se sonha junto se torna realidade”. O MEEI traz o lema “pobre evangelizando pobre”, dado por dom Helder Camara e pauta suas atividades na promoção do ser humano, de modo especial os mais pobres, por meio de grupos de convivência e oração, estudo da bíblia e evangelização porta a porta, engajando-se na luta pelos direitos de quem mais precisa. Angelita Marta observa que fazer parte do movimento ocasiona uma transformação na maneira de pensar e de agir dos membros. Por meio das visitas às residências e famílias, conseguimos aprender e proporcionar à comunidade uma maior abertura para a percepção e prática do Evangelho.

O movimento nasceu pequeno, sem sede definida ou local com infraestrutura adequada, com reuniões debaixo de árvores em bairros da periferia da cidade. José Henrique Gogoia participa do movimento desde sua fundação e diz que o incentivo de dom Helder, na época, foi fundamental para impulsionar o crescimento do MEEI. “Ainda aprendemos com as palavras de dom Helder, pessoa boa e comprometida que está sempre presente em nossas preces, e agradecemos o apoio que dom Fernando nos dá na Arquidiocese”, ressalta Gogoia. Quem desejar conhecer o movimento Encontro de Irmãos, pode procurar o local onde acontecem as reuniões: Centro Girassol de Educação e Pesquisa Popular – Rua da Glória, 315, Boa Vista, Recife. Informações: (81)3231-2119.

(Pascom Arquidiocese)

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