Igreja se solidariza com comunidade pesqueira vítima de três incêndios em Pernambuco

A Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora da CNBB Nordeste 2 assinou uma carta de repúdio aos ataques que vêm acontecendo contra a Comunidade Tradicional Pesqueira de Santo Amaro, em Sirinhaém, litoral sul de Pernambuco. O documento denuncia que somente neste ano já foram registrados pelo menos três incêndios criminosos na região historicamente ocupada por pescadores e pescadoras artesanais.

O último ataque aconteceu no dia 23 de setembro quando atearam fogo nos chamados ranchos de pesca. As chamas destruíram embarcações e instrumentos de trabalho dos pescadores e das pescadoras. “Já houve duas queimadas antes, em cada uma delas foram queimados três ranchos de pesca. Numa das queimadas chegamos a ter um prejuízo de mais de R$ 150 mil”, relata o pescador e membro da Associação Mangue Verde, Sebastião Gaspar.

A carta de repúdio contra os incêndios na comunidade Santo Amaro também é assinada pelas pastorais regionais do Menor, Povo de Rua, Saúde, Carcerária e Aids, além do Conselho Indigenista Missionário Regional Nordeste, Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras NE 2, Serviço Pastoral dos Migrantes, Comissão Pastoral da Terra e Cáritas Brasileira Regional NE 2.

“No litoral sul de Pernambuco, com o crescimento dos grandes projetos de turismos que vem se instalando, já temos percebido o crescimento da violência e as constantes tentativas de exclusão dos pescadores de suas áreas habituais de trabalho. O que esta acontecendo com a Comunidade Tradicional Pesqueira de Santo Amaro não pode passar despercebido ou continuar sendo ignorado pelas autoridades e governantes. Exigimos uma investigação séria e que os culpados venham a ser identificados e devidamente punidos dentro da lei”, diz um trecho da carta.

Ao longo dos anos, a Igreja vem denunciando a criminalização, expropriação e expulsão das comunidades tradicionais em áreas litorâneas seja por empresas privadas, seja por representantes do poder público. “Como o ocorrido na praia do Tatuamunha, no município de Porto de Pedras, litoral norte de Alagoas, onde agentes do Estado destruíram as palhoças dos pescadores de uma área com TAUS (Termo de Autorização de Uso Sustentável) reconhecidamente legalizada pelo Governo Federal, a favor dos pescadores e pescadoras artesanais”, enfatiza a carta.

De acordo com a articuladora da Comissão Regional para a Ação Sociotransformadora da CNBB Nordeste 2, Vivian Santana, na próxima segunda-feira (7) uma representação da Igreja visitará Comunidade Tradicional Pesqueira de Santo Amaro.

⬇️ Clique aqui e baixe a Carta de Repúdio aos Incêndios Criminosos contra a Comunidade Pesqueira de Santo Amaro

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